Título: Dilma diz que 2012 foi de preparação
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Fonte: O Estado de São Paulo, 19/01/2013, Economia, p. B3

Presidente afirma em Teresina que o País se preparou para crescer este ano e não perdeu a "clareza" no caminho do desenvolvimento

Em viagem marcada por um apagão e críticas à lentidão nos canteiros de obras do governo, a presidente Dilma Rousseff afirmou ontem, em sua primeira visita oficial ao Piauí, que não perdeu a “clareza” no caminho do desenvolvimento e estimou um crescimento econômico neste ano.

“Em 2012, o Brasil se preparou para crescer em 2013” disse, em tom de desabafo. “Podem ter certeza, apesar de alguns pessimistas, nós iremos crescer, gerar mais empregos e buscar todas as oportunidades”, ressaltou. “A gente sabe qual é o caminho,”

A interrupção no fornecimento de energia em Teresina ocorreu horas antes da chegada de Dilma. Em nota, a Eletrobrás informou que, por volta de 8h58 às 9I154, uma explosão num motor de uma subestação na periferia da capital provocou o problema. O apagão afetou também outros 32 municípios (leia mais abaixo).

Naquele momento, a presidente se deslocava para o sul do Estado, onde vistoriou obras travadas de irrigação do Ministério da Integração Nacional.

Sob intenso mormaço, o discurso de 30 minutos de Dilma foi feito numa tenda montada num conjunto habitacional de 400 pequenos apartamentos, construído pelo programa Minha Casa, Minha Vida na periferia de Teresina. A presidente não fez referências à política de infraestrutu-ra nem deu detalhes de ações para alavancar a economia. Ela apenas destacou os programas sociais do governo.

Foeo. No discurso, Dilma afirmou que o “foco” do governo é erradicar a pobreza extrema até 2014. “No passado, no Brasil, se achava que era possível o País crescer e as pessoas ficarem para trás”, disse. “Para nós, o Brasil vai crescer se as pessoas crescerem com ele”, destacou.

“Estamos praticando um ato, uma ética, mas também estamos olhando para o futuro.” Pouco ; antes de seu discurso, a presidente ouviu críticas ao seu governo.

: No mesmo palanque de Dilma, o ; prefeito tucano de Teresina, Fir-mino Filho, afirmou que o pacto federativo está sendo desrespei-tadoe os municípios estão arcando sozinhos com serviços básicos de atendimento à população, como os da área da saúde.

“É preciso redefinir os trabalhos e os financiamentos entre governo federal, Estados e municípios”, disse. “As responsabilidades dos municípios se transformaram em verdadeiros estorvos e cargas que não podemos carregar.” Diante de uma presidente que demonstrava surpresa com as críticas, Firmino Filho ressaltou que os gastos com saúde em Teresina já representam 30% do orçamento da prefeitura. “Se impõe 12% para o Estado e 16% para o município”, observou. “Nosso pedido, nossa reivindicação é para avançarmos no pacto federativo.”

O governador do Piauí, Wilson Martins (PSB), aliado do Planalto, tentou rebater por conta própria as críticas do prefeito e acabou causando desconforto ao dizer que “nunca” na história o governo federal investiu como no mandato de Dilma nos municípios do Piauí, ignorando a parceria do seu antecessor, Welling-ton Dias, com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Depois, Dilma rebateu a crítica do prefeito de Teresina e“con-sertou” a declaração do governador do Piauí. Ela disse que as transferências de recursos aos municípios do Estado tiraram 700 mil pessoas da pobreza extrema no ano passado.

“Em primeiro lugar, quero destacar a parceria do presidente Lula com o governador Wellington Dias, que mostra que temos uma tradição de parcerias”, disse a presidente. “Todos nós fomos batizados na mesma pia, isto é, recebemos o voto popular, e por isso somos obrigados afazer parcerias”, completou. “Faremos parcerias com todos os prefeitos eleitos no ano passado.”