Título: Dilma faz novas reuniões com líderes empresariais
Autor: Monteiro, Tânia ; Moura, Rafael Moraes
Fonte: O Estado de São Paulo, 12/01/2013, Economia, p. B3
Para tentar evitar repetição de um PIB fraco este ano, presidente abre diálogo com vários setores e ouve sugestões e queixas em relação à economia
Disposta a evitar que neste ano volte a ocorrer um fraco crescimento econômico do País, com repetição do "pibinho" de 2012, a presidente Dilma Rousseff promoveu ontem uma segunda rodada de conversas com empresários de diversos setores, para ouvir sugestões de como destravar o País e permitir a recuperação da economia.
Depois dos encontros, a presidente se reuniu com o ministro interino da Fazenda, Nelson Barbosa, um dos seus interlocutores econômicos, e, em seguida, com Bernardo Figueiredo, presidente da Empresa Brasileira de Planejamento e Logística.
A ideia era começar a repassar a eles as queixas e impressões ouvidas dos empresários, para acelerar os processos de destravamento da economia. Dilma avisou que quer começar a se reunir com ministros de várias áreas, para que eles apresentem um planejamento estratégico, com metas de curto, médio e longo prazos, que possam ajudar a desemperrar projetos, além de ampliar o financiamento e os investimentos em infraestrutura.
Ontem, foi a vez dos presidentes do Bradesco, Luiz Trabuco, e do Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada (Sinicon), Rodolpho Tourinho. Com ambos, a exemplo das conversas com empresários da Vale, Ode- brecht e Cosan, a presidente discutiu a ampliação do financiamento ao setor privado e aneces- sidade de manutenção dos empregos, defendeu o aumento da competitividade e até falou dos juros, que precisam continuar caindo. Ouviu promessas de que os investimentos continuarão e todos investirão nos projetos que o governo considera essenciais, como os de infraestrutura.
"Comentamos de uma forma geral aquilo que pode ser feito. Preocupação muito grande é a necessidade de ampliar investimentos, esse país nunca teve o volume de obras que está programado e é preciso ampliar o financiamento do setor privado", disse Tourinho, após o encontro.
Investimento. À tarde, foi a vez do presidente do Grupo Lafarge, Bruno Lafont, empresa líder mundial em materiais de construção, que anunciou que investirá R$ 1 bilhão nos próximos cinco anos, de olho nas obras de infraestrutura e de construção de casas no País. O investimento, no entanto, representará a metade do que a Lafarge desembolsou nos últimos cinco anos no Brasil, apesar de o empresário ter dito que a empresa acredita e aposta no crescimento do País. "Temos de considerar que fizemos compras muito grandes nos últimos cinco anos e isso não representa diminuição de atividade", explicou o empresário.
Interlocução. A iniciativa de fazer encontros como os de ontem deverá prosseguir, já que outros empresários estão pedindo audiência. Eles querem ampliar o diálogo que consideram mínimo com o governo, principalmente depois que o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social - o Conselhão - perdeu o prestígio que tinha no govemo Lula.