Título: Impacto de desonerações no IPCA foi neutro, diz Barbosa
Autor: Warth, Anne
Fonte: O Estado de São Paulo, 12/01/2013, Economia, p. B3

O impacto na inflação das deso­nerações tributárias promovi­das pelo governo federal no ano passado foi "neutro ou benéfi­co", segundo avaliação do minis­tro interino da Fazenda, Nelson Barbosa. A redução do IPI para automóveis e bens de consumo duráveis e da Cide sobre combus­tíveis são algumas das medidas :dotadas pela equipe econômica para impulsionar a atividade em 2012. "Isso contribuiu para uma evolução mais favorável da infla­ção", afirmou.

Segundo o ministro interino, como o governo federal elevou os impostos de cigarros e bebi­das, o balanço geral é de que a política tributária teve impacto neutro ou favorável na inflação.

Anteontem, o Instituto Brasi­leiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulou 5,84% em 2012. Foi o terceiro ano seguido que o índice - que baliza a política de juros do Banco Central - ficou acima do centro da meta fixada pelo governo, de 4,5%. Ain­da assim, a alta no ano passado ficou dentro da variação permiti­da, que vai de 2,5% a 6,5%.

Barbosa disse que a inflação acelerou mais fortemente no fim do ano passado por causa dos preços dos alimentos, após a quebra da safra no Hemisfério Norte, que puxou os preços dos grãos e derivados e da carne.

O ministro interino ressaltou, porém, que a inflação deve conti­nuar a cair este ano. "Acho que vai ficar mais um ano dentro do intervalo estabelecido pelo go­verno. A expectativa para 2013 é de que ela continue caindo e se aproxime mais do centro da me­ta." Barbosa não citou, entretan­to, nenhuma projeção.

Energia. O ministro interino da Fazenda afirmou que a redu­ção do custo da energia contri­buirá para baixar a inflação este ano e o impacto será sentido nas contas do consumidor de março em diante. A redução média para consumidores e indústrias deve ser de 20,2%, como prometido pela presidente Dilma Rousseff em setembro. Para consumido­res residenciais, a conta de luz deve cair 16,2%.

Segundo Barbosa, o impacto na inflação será de mais ou me­nos 0,5 ponto porcentual. O se­cretário disse ainda que a redu­ção do custo da energia deve ter impactos indiretos no IPCA, pois as indústrias terão custos de produção menores, que de­vem ser repassados aos preços.

FPE. O ministro interino disse que o governo ainda não definiu de que forma será o repasse das verbas do Fundo de Participação dos Estados (FPE). O primeiro repasse do ano foi feito com re­cursos de 2012 e seguiu as regras que estavam em vigor. Segundo ele, a tendência é que a União siga a proposta do Tribunal de Contas da União (TCU).