Título: Prioridade é manter alianças, diz ex-ministro
Autor: Gallo, Fernando
Fonte: O Estado de São Paulo, 22/01/2013, Nacional, p. A4

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se dedicará, daqui por diante, a consolidar a aliança do PT com o PMDB e o PSB, tidos como parceiros fundamentais para a disputa eleitoral de 2014. Ao dar essa informação, o ex-ministro dos Direitos Humanos Paulo Vanucchi enfatizou, ontem, que Lula "não parte do pressuposto" de que o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), concorra ao Planalto em 2014. E afirmou que a prioridade anunciada não diminui o papel do PC do B: "Não tem nenhum desprezo com o PC do B como importante aliado". Mas a conversa mais importante é com o PSB, por causa do desgaste entre esse partido e os petistas nas eleições municipais de Belo Horizonte, Fortaleza e Recife.

Para o ex-ministro, o tensionamento deu margem à interpretação de que o PSB poderia se descolar do bloco em eleições futuras. Mencionou até a imprensa, que segundo ele "pensa e trabalha pela ideia de aproximar o Eduardo Campos do Aécio (Neves, senador)".

Sobre a eleição seguinte, de 2018, Vanucchi afirmou que, no cálculo de Lula, o PT pode eventualmente não ser cabeça de chapa nessa disputa. "É sincero no Lula: ele não é candidato presidencial em 2018 e não acha que o PT tem que ficar no poder. Pode até acontecer. E ele pode ficar no poder em alguns ministérios, não com a Presidência. Pode ser que o PT tenha uma dificuldade enorme em concordar com isso, mas o Lula vai se empenhar na defesa dessa posição".

O presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, falou sobre as viagens projetadas por Lula para este ano. "Não tem roteiro. O que vamos fazer é viajar mais pelo Brasil. Há muitas pessoas querendo conversar com o (ex) presidente. Ele vai começar a aceitar mais esses convites e fazer com que a gente tenha uma presença em mais Estados”, resumiu Okamotto.