Título: Campos recebe favorito à Câmara e fica em cima do muro
Autor: Lacerda, Angela
Fonte: O Estado de São Paulo, 23/01/2013, Nacional, p. A6

Eduardo Campos recebeu on­tem no seu gabinete o deputa­do Henrique Alves (PMDB- RN), candidato favorito à presi­dência da Câmara, mantendo o mesmo discurso: como gover­nador e como presidente nacio­nal do PSB não se envolve na disputa, marcada para 4 de feve­reiro. Na semana passada, Cam­pos recebeu o candidato do seu partido, Julio Delgado (MG), e também se declarou neutro.

Mesmo sem conseguir ne­nhum aceno de apoio à sua candi­datura, Alves deixou a sede provi­sória do Palácio do Governo se derramando em elogios a Cam­pos. "É um dos melhores administradores do Brasil, uma das melhores conversas políticas, um profundo conhecedor do Nordeste."

Fez questão de lembrar que em abril do ano passado, procurou o governador para pedir sua ""bên­ção" antes de começar sua campanha pela presidência da Câmara.

"Não gostaria de dar o primeiro passo sem dizer a ele, porque o PSB é um partido importante na Casa, que poderia vir a ter um candidato." O governador, segundo Alves, disse, na ocasião, que ele es­tava "liberado para trabalhar".

Campos ganhou protagonismo político após o fortalecimento do PSB nas eleições municipais do ano passado e das especulações sobre uma eventual candidatura sua à Presidência em 2014.

Ontem, assim como após a reunião com Delgado, não deu entre­vistas. À noite, teria um jantar com a bancada pernambucana em um restaurante na praia de Boa Viagem. Dos 25 parlamentares do Estado na Câmara Federal, a estimativa do deputado federal Raul Henry (PMDB) é de que 20 votem no peemedebista. "Só não temos o apoio do PSB e PTB".

Senado. O partido de Campos ainda não definiu quem apoiará para a presidência do Senado, cuja eleição ocorrerá no dia 1° de fevereiro. "Vamos analisar as candidaturas a partir da estaca zero. O PSB não foi formalmente procurado por nenhum candidato ao Senado querendo discutir propostas", disse ontem o senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), futuro líder do partido na Casa.

Rollemberg classificou como uma "posição pessoal" a carta divulgada na semana passada pelo colega de bancada João Capiberibe (AP) em que atacava a candidatura do líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), e defendia uma "oxigenação" no comando do Se­nado. Para o futuro líder, as ques­tões levantadas por Capiberibe, como a valorização da Casa e do processo legislativo, são co­muns a muitos senadores.

O parlamentar adiantou que não gostaria que cada um na ban­cada de quatro parlamentares vo­tasse como quisesse. Ele defende uma posição única. Também são candidatos à presidência do Se­nado Randolfe Rodrigues (PSOL- AP) e Pedro Taques (PDT-MT). / COLABOROU RICARDO BRITO