Título: Tortura é tema de painel na Câmara dos Deputados
Autor: Arruda, Roldão
Fonte: O Estado de São Paulo, 23/01/2013, Nacional, p. A9

Um painel em cores fortes e ima­gens chocantes, com várias mo­dalidades de tortura praticadas no governo militar (1964/1985), poderá ser visto pelos deputa­dos na volta ao trabalho, a partir de 4 de fevereiro, e pelos visitan­tes da Câmara.

O óleo sobre acrílico de 5,5 metros de comprimento por 1,6 de largura foi instalado na entra­da do corredor que dá acesso ao plenário, num local que rece­beu o nome de Espaço Rubens Paiva, deputado sequestrado e morto em 1971. A obra é do artis­ta plástico e editor Elifas Andreato. Recebeu o nome de A verdade ainda que tardia, refe­rência ao lema da bandeira de Minas Gerais, "Liberdade ain­da que tardia", inspirada em ver­so do poeta romano Virgílio.

Foi doada no final do ano pas­sado ao acervo permanente da Câmara. Andreato a fez para a exposição "Parlamento mutila­do: deputados federais cassados pela ditadura de 1964", que ho­menageou os 173 deputados que tiveram o mandado cassado du­rante os governos militares.

No painel há presos no pau-de-arara, mulheres sangrando, ce­nas de afogamento num balde e homens sofrendo choques elé­tricos no pênis. Vários torturadores estão nus e têm uma arma no lugar do sexo.

Há ainda reprodução de fotos da presidente Dilma Rousseff no tempo em que foi presa e tortura­da, além de imagens de outras ví­timas do regime. / João Ddomingos