Título: Falta gás e usina de Uruguaiana não opera
Autor: Warth, Anne
Fonte: O Estado de São Paulo, 17/01/2013, Economia, p. B11

Empresa não recebeu o insumo para realizar os testes; expectativa é que entre em funcionamento até o fim do mês

Por falta do suprimento de gás natural, a térmica AES Uruguaiana não retomou a operação comercial ontem, como era previsto pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

Segundo a AES Brasil, a companhia não recebeu o insumo para realizar os testes de comissionamento dos equipamentos da usina. Uma vez que isso fosse feito, a térmica teria condições de entrar em operação comercial após sete dias.

A nova expectativa do Ministério de Minas e Energia (MME) é de que a usina entre em funcionamento até o fim deste mês.

A usina Uruguaiana será abastecida com gás natural proveniente da Argentina, a ser importado pela Petrobrás no mercado internacional de gás natural liquefeito (GNL).

A distribuidora gaúcha Sulgás foi autorizada pelo governo brasileiro a importar até 2,8 milhões de metros cúbicos por dia de gás da Argentina para suprir a usina.

Nesse primeiro momento, Uruguaiana vai ofertar ao sistema 164 MW médios de energia, reforçando o abastecimento energético no Rio Grande do Sul e na região Sul do País.

Como vai operar. Quando a térmica AES Uruguaiana receber os insumos e voltar a operar, inicialmente deve ativar apenas uma de suas três turbinas para gerar 164megawatts (MW), equivalentes a pouco mais de um quarto de sua capacidade instalada de 639 MW.

O insumo deve ser fornecido pela Petrobrás, a partir do terminal de regaseificação de Baia Blanca, no sul da Argentina, e levado até Uruguaiana por dutos instalados naquele país. No Brasil, o gás é adquirido e levado à usina pela Sulgás.

A Usina Termelétrica de Uruguaiana (UTE), do grupo AES, foi inaugurada em 2000 como primeira termelétrica a gás natural do Brasil.

Em 2008, a argentina YPF deixou de fornecer gás e em abril de 2009, por falta do insumo, a geração foi suspensa. Desde então a usina estava paralisada.

Iniciativa política. Preocupado com a dependência que o Rio Grande do Sul tem de energia produzida em outros Estados, um grupo de políticos criou a Frente Parlamentar em Defesa da Reativação da UTE Uruguaiana.

O coordenador, deputado estadual Frederico Antunes (PP), diz que a expectativa é que a usina seja autorizada a ativar suas outras duas turbinas em fevereiro./Colaborou Elder Ogliari

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