Título: Chuva eleva nível de água em usinas, diz Lobão
Autor: Warth, Anne
Fonte: O Estado de São Paulo, 17/01/2013, Economia, p. B11

Ministro comemora aumento em reservatórios e diz que não há risco de desabastecimento

As chuvas intensas que caíram nos últimos dias ajudaram a aumentar o nível dos reserva­tórios das usinas hidrelétricas das Regiões Sudeste, Centro- Oeste e Norte e afastaram a possibilidade de um raciona­mento de energia no País, afir­mou ao "Estado" o ministro de Minas e Energia, Edison Lo­bão. Também houve um cresci­mento no nível dos reservató­rios da Região Sul, embora em menor intensidade.

Dados atualizados pelo Opera­dor Nacional do Sistema Elétri­co (ONS) mostram um aumento da vazão de águas em algumas das principais usinas hidrelétri­cas do País. Segundo Lobão, o re­servatório de Furnas aumentou de 12,3% no dia 7 de janeiro para 18,4% no dia 15; o de Barra Boni­ta, de 69,5% para 80,8%; Tucuruí, de 25,3% para 29,4%; Itumbiara, de 9,3% para 12,9%; e o de Ma­rimbondo, de 20,7% para 25,8%.

"Não há, nem nunca houve, ne­nhum risco real de desabasteci­mento", disse o ministro. O ní­vel de água nos reservatórios da Região Sudeste/Centro-Oeste aumentou para 31% de seu arma­zenamento máximo; o do Nor­deste chegou a 30%; na Região Norte, 43%; e no Sul, a 49,5%.

Informações das instituições de clima e tempo CPTEC/Inpe, Inmet e Cemaden repassadas ao Ministério de Minas e Energia in­dicam que a previsão de chuvas para os próximos dias é favorá­vel. Segundo o ministro, as térmi­cas serão desligadas na medida em que isso se confirmar. "Vai chover cada vez mais. Até o fim do período úmido, estaremos com alguns dos reservatórios em plena carga e outros bastante abastecidos", afirmou Lobão.

De acordo com o ONS, no dia 15 de janeiro, 77,76% da energia gerada pelo Sistema Interligado Nacional veio de usinas hidrelé­tricas, incluindo Itaipu, e 19,44% por térmicas. Lobão explicou que, em 2012, 3,5 mil megawatts (MW) de eletricidade foram agregados ao sistema, energia su­ficiente para uma estimativa de crescimento de 5% da economia. "Se o País tivesse crescido 5%, já teríamos energia garantida."

Neste ano, 8,5 mil MW devem ser acrescentados ao sistema, um crescimento de 7% na oferta de energia. "Não vamos precisar disso tudo. Vai sobrar energia", afirmou Lobão. Serão 22 termoelétricas, 65 eólicas e oito hidrelé­tricas, entre as quais Santo Antô­nio, Jirau, Simplício e Estreito.

Térmicas. Ontem, Lobão rece­beu o presidente da holding EBX, Eike Batista. Ele afirmou que o grupo vai agregar 680 MW ao sistema elétrico até o fim de fevereiro. Segundo Eike, quatro turbinas de duas usinas, movi­das a gás natural, devem entrar em operação neste período.

Ao longo do ano, a EBX vai en­tregar 3 mil MW em usinas, totali­zando R$ 9,3 bilhões em investi­mentos. "Temos vários projetos e plantas que estão entrando agora e vão integrar o parque brasilei­ro para ajudar a não ter raciona­mento. E não vai ter", disse Eike.

Apesar de as térmicas a gás es­tarem todas ligadas para geração de energia, a presidente da Petrobrás, Graça Foster, garantiu on­tem em Brasília, que não haverá falta do combustível. "Não há possibilidade de falta de gás no Brasil. Nossos dois terminais es­tão operando com metade da ca­pacidade e o terceiro, na Bahia, deve ser concluído até o fini do ano." Ela se encontrou com o vi­ce-presidente da República, Michel Temer, para apresentar in­formações sobre o fluxo de co­mércio de gás do Brasil com seus principais fornecedores, como a Bolívia e o Catar. / colaborou

EDUARDO RODRIGUES