Título: Alta não atenderia todo o plano da Petrobrás
Autor: Cucolo, Eduardo; Froufe, Célia
Fonte: O Estado de São Paulo, 25/01/2013, Economia, p. B4

Um aumento no preço da gasoli­na em 5% nas bombas, como pre­vê a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada ontem, seria insuficiente para atender à previsão do plano de negócios da Petrobrás para o pe­ríodo 2012-2016.

A companhia pôs como pre­missa do plano, para conseguir financiar o aumento nos investi­mentos da empresa até 2016, pa­ra US$ 236,5 bilhões, 15% de rea­juste para gasolina e 15% para diesel. Em 25 de junho do ano passa­do, a gasolina foi reajustada nas refinarias em 7,83%. Agora, falta­riam cerca de 7% pára que a previ­são da estatal fosse atendida.

O diesel recebeu dois reajus­tes, um de 3,94%, em junho, e ou­tro de 6%, em julho. A ata do Co­pom não faz menção a diesel, combustível que tem maior im­pacto para o caixa da empresa.

Uma das possibilidades do go­verno para chegar ao porcentual pedido pela companhia, sem um repasse integral às bombas, seria cortar tributos. Até agora, o go­verno compensava reajustes com a redução da Contribuição de Intervenção no Domínio Eco­nômico (Cide), instituída em 2001 sobre a importação e a co­mercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus deri­vados. A Cide, no entanto, foi zerada no reajuste do ano passado e não pode ser mais usada como colchão.

Nos corredores da Petrobrás, havia expectativa ontem à tarde de que o reajuste sairia à noite.

O preço praticado ao consumi­dor é composto por três parce­las, realização do produtor ou im­portador, tributos e margens de comercialização. O preço da ga­solina ao consumidor responde à seguinte composição: 18% fi­cam com distribuição e revenda, 10% com custo etanol anidro, 28% com ICMS, 8% Cide e PIS/ PASEP e Cofms e 36% de realiza­ção da Petrobrás.

O ICMS não deve ser reduzi­do, já que isso dependeria de uma remota possibilidade de acordo entre todos os Estados.