Título: Senador mantém influência por cumprir acordos
Autor: Lopes, Eugênia ; Brito, Ricardo
Fonte: O Estado de São Paulo, 02/02/2013, Nacional, p. A4

Desde Fernando Collor, passando por Itamar Franco e Fernando Hen­rique Cardoso, Renan Calheiros se mantém ativo nas indicações de car­gos no Executivo. No governo petista, é um dos campeões de nomeações em estatais. Até seu filho Rodrigo é agraciado - ocupa um cargo na Companhia Nacional de Alimentos.

Após passagem pelo ministério no gover­no tucano, firmou-se no Senado, que passou a comandar em 2005. Em 2007, reelegeu-se presidente, mas foi obrigado a renunciar por suspeita de ter despesas pessoais pagas por um lobista de empreiteira. Menos de dois anos depois, Renan voltou à liderança do PMDB e lá permaneceu até ontem, quando foi eleito presidente do Senado.

Como líder, Renan virou credor de todo senador de alguma importância.

Foi ele o responsável pela eleição e reelei­ção de José Sarney para 2009 e 2011, além de criar o manto de proteção ao presidente do Senado no escândalo dos atos secretos.

Para Fernando Collor, articulou as presi­dências das comissões de Infraestrutura e Re­lações Exteriores; para Eunício Oliveira, a Co­missão de Constituição e Justiça; ao senador Luiz Henrique, a relatoria do Código Flores­tal; a Romero Jucá, que havia sido demitido da liderança do governo pela presidente Dilma Rousseff, ele deu o cargo de relator da Comissão do Orçamento. Renan é tido entre os senadores como "aquele que entrega a mercadoria". É daí que vem o seu poder na Casa e a confiança dos colegas.