Título: Chesf define PDV que pode servir de modelo para toda a Eletrobrás
Autor: Nunes, Fernanda
Fonte: O Estado de São Paulo, 19/02/2013, Economia, p. B4

Plano prevê remuneração básica de R$ 45 mil, mais o salário mensal, multiplicado por até 35 anos trabalhados

Um primeiro modelo do que será o Plano de Demissão Voluntária (PDV) da Eletrobrás foi definido pela Chesf, subsidiária do grupo. Adiretoria da empresa decidiu por uma remuneração básica de R$ 45 mil, mais o salário mensal - incluindo os adicionais -, multiplicado pelos anos trabalhados, com o limite de 35 anos. Além disso, deverá ser concedida a extensão do plano de saúde por cinco anos após o desligamento da estatal.

A prioridade serão os funcionários já aptos à aposentadoria, como já informou a Eletrobrás. Oficialmente, porém, a subsidiária que responde pelos ativos da estatal no Nordeste do País afirma que o plano continua em estudo. O PDV da Chesf ainda deverá ser aprovado pelo conselho de administração para, em seguida, ser encaminhado à controladora Eletrobrás, que vai reunir as propostas de todas as suas subsidiárias em um único PDV.

A fase de análise por subsidiária permite entre outras prioridades, que cada uma delas provisione em seus balanços os recursos necessários. Após aprovado pela controladora, o PDV passará ainda pelo crivo dos Ministérios de Minas e Energia e do Planejamento, Orçamento e Gestão.

"Esperamos que a proposta da Chesf não funcione para definir um teto de remuneração. E também que não haja diferença entre as propostas das empresas do grupo para não criar uma hierarquia entre os seus funcionários", disse o presidente da Federação Nacional dos Urbanitários

(FNU), Franklin Moreira Gonçalves.

Ele avalia que os funcionários que aderirem ao programa segundo as condições propostas pela diretoria da Chesf terão um ganho de cerca de 30% se comparado ao quanto receberiam caso entrassem em um acordo com a empresa para que fossem demitidos e, assim como acontece na maioria dos casos, recebessem a multa de 40% do FGTS.

A principal reivindicação do sindicato, disse Gonçalves, não é relativa à remuneração, mas para que não haja pressão sobre os empregados para definirem se vão aderir ou não ao PDV. A intenção da empresa é estipular um prazo de adesão e premiar os que aderirem mais rapidamente.

Segundo o presidente da FNU, os empregados serão divididos em dois grupos pela Eletrobras - os que podem se desligar automaticamente e os que precisam permanecer na empresa para repassar conhecimento aos substitutos, dentro de um programa de retenção do conhecimento. A decisão sobre quem vai compor cada grupo ficará por conta das gerências de cada área de cada empresa.