Título: Braskem adia decisão sobre o Comperj
Autor: Scheller, Fernando ; Friedlander, David
Fonte: O Estado de São Paulo, 24/02/2013, Economia, p. B5
A Braskem deixou para 2014 a decisão se participará ou não da central petroquímica do Comperj, que está sendo construída pela Petrobrás no município de Itaboraí (RJ), O critério para decidir se entrará como sócia no projeto será o preço da matéria- prima a ser produzida pela estatal no pré-sal e vendida ao complexo petroquímico.
O gás deverá ser competitivo internacionalmente, capaz de derrubar, principalmente, os concorrentes dos Estados Unidos, que revitalizaram a produção petroquímica depois da descoberta do gás de xisto, vendido na casa dos US$ 3 por milhão de BTU, muito mais barato do que o gás natural convencional e, mais ainda, do que a nafta derivada do petróleo.
"Atualmente, estamos no estudo de engenharia (do complexo petroquímico do Comperj). É a última parte. Na nossa negociação com a Petrobrás, partiremos do princípio de que deveremos ter um preço de matéria-prima tal que deixe a empresa competitiva no mercado global. Se tem matéria-prima competitiva nos Estados Unidos, a gente tem de acompanhar", destaca a vice-presidente da área de Finanças e de Relações com Investidores, Marcela Drehmer.
A intenção é acompanhar a cotação internacional e fechar um contrato de longo prazo, em que, independentemente do volume de gás consumido, é pago um valor mínimo pelo insumo. Para a executiva, a tendência é que, em algum momento, as cotações do gás natural convencional e a do gás de xisto fiquem mais próximas.
"Existe uma tendência de demanda maior, que pode levar o preço a um patamar um pouco menos agressivo (do gás de xisto). Vai continuar sendo muito competitivo. Mas a tendência do mercado é de um pouco mais de equilíbrio", projeta a vice- presidente da Braskem.