Título: Achei que presidente Dilma fosse querer melhorar a empresa
Autor: Nunes, Fernanda
Fonte: O Estado de São Paulo, 06/03/2013, Negócios, p. B11

Entrevista

Eduardo Duvivier Neto, acionista da Eletrobrás

O investidor pessoa física com mais ações ordinárias da Eletrobras - 0,2% do total - Eduardo Duvivier Neto, acumula prejuízo de R$ 47,1 milhões desde setembro do ano passado, quando foi anunciada a Medida Provisória 579. Agora, trava uma batalha contra a União e planeja acionar na Justiça os administradores da Eletrobrás:

O sr. pretende se desfazer das ações da Eletrobrás?

Não fiz nada ainda, mas por falta de iniciativa. O que eu fiz foi uma troca de PN (ações preferenciais) por ON (ordinárias). Considerei que, pelo menos, a empresa iria pagar o dividendo obrigatório, superior à taxa de juros que está aí.

O sr. pode realmente mudar de investimento?

Se não tiver um movimento relativamente rápido de algo mais sério para administrar melhor essa situação, o investimento vai migrar. Tem de investir em outro país, não aqui. Não quero, mas fazer o quê?

De quanto foi a sua perda?

Foi de R$ 47,164 milhões (desde a MP 579). É meio desagradável ler que os acionistas não podem ser beneficiados. Tudo é muito grosseiro. Não sei se vale o desgaste e o custo de acionar a União. Mas, contra os administradores, vários acionistas querem entrar na Justiça, o que acho muito justo. Por que eles se posicionam como "vaca de presépio", na medida em que as decisões vão contra o interesse dos acionistas?

Por que o sr. investiu na Eletrobras, se identifica um problema estrutural na empresa?

Investi porque acreditei que houvesse espaço para melhorar. A (presidente) Dilma (Rousseff) não é da área elétrica? Achei que fosse querer melhorar a empresa. Mas, infelizmente, errei. /F.N.