Título: Marco Feliciano deve assumir a comissão?
Autor: Lopes, Eugênia
Fonte: O Estado de São Paulo, 07/03/2013, Nacional, p. A4

Debate

João Campos

Sim

Eu sou favorável a que o deputado e pastor Marco Feliciano (PSC-SP) assuma a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara. A comissão não pode deixar de eleger o deputado porque uma minoria barulhenta, preconceituosa e intolerante quer se impor. O Feliciano é um deputado de formação cristã, humanista, democrática. Eu tenho certeza que ele vai, como presidente, conduzir com muito equilíbrio todas as questões que envolvem esse debate. O que aconteceu ontem foi uma manifestação de intolerância e preconceito religioso. Os protestos aconteceram porque ele é pastor e evangélico, mas como os ativistas do movimento homossexual não querem assumir isso, eles adotaram outro discurso. As acusações contra Feliciano não têm nenhuma consistência. Ele não é homofóbico. Nós não somos homofóbicos. Somos contra a união entre pessoas do mesmo sexo porque o conceito de família é um conceito de direito natural. E no direito natural a família é compreendida como homem, mulher e prole. Deputado, líder da bancada evangélica.

Erika Kokay

Não

Pela postura que o parlamentar indicado à presidência da comissão tem defendido ao longo do mandato, nós corremos o risco de cair no obscurantismo e ferirmos a história da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara. Defender os direitos humanos é defender a dignidade humana que pressupõe enfrentar com firmeza todas as formas de discriminação e a laicidade do Estado, sem o que não podemos assegurar a democracia! Não quero questionar aqui o acordo partidário feito, embora não concorde com ele, e sim apresentar um pedido de impedimento do nome do parlamentar indicado para presidir a comissão porque penso que a postura e as declarações do deputado Marco Feliciano possuem um caráter racista e homofóbico. Feliciano tem manifestado posições inadmissíveis com a defesa dos direitos humanos e a sociedade não deve se calar caso resolva manter a sua candidatura. Acredito que poderíamos ter outro nome, que não provocasse tanto confronto e que não tivesse uma história tão arraigada de posturas homofóbicas e racistas. Deputada, ex-vice presidente da comissão.