Título: Na EBX, parcerias desfeitas antes mesmo de saírem do papel
Autor: Durão, Mariana ; Ciarelli, Mônica
Fonte: O Estado de São Paulo, 08/03/2013, Negócios, p. B17

Eike Batista e André Esteves têm estilos diferentes, mas que podem ser considerados complementares. A capacidade de financiar e entregar projetos de Esteves, aliada à habilidade de desenhar (e vender) projetos de Eike foi o que inflou os preços das ações de OGX, MMX e LLX no pregão de ontem. Porém, o histórico de relações de Eike Batista com potenciais sócios e executivos deixa em suspenso a durabilidade desse novo casamento.

Apesar de sociedades significativas com grupos como Mubadala Development Company (EBX) e a alemã E.On (MPX), o Grupo EBX tentou costurar nos últimos anos uma série de parcerias muitas vezes desfeitas antes de sair do papel.

O caso mais emblemático é o do Superporto do Açu, para o qual Eike tenta atrair empreendimentos. Em novembro, a siderúrgica chinesa Wuhan anunciou a suspensão dos planos de se instalar no local - embora a LLX afirme que o memorando de intenções continua valendo.

A montadora Nissan chegou cogitar construir uma fábrica no porto-indústria, mas as negociações "micaram". Já a Subsea 7 rescindiu o contrato para arrendar uma área no local. As conversas com a siderúrgica Ternium também não foram fechadas e ficaram mais improváveis após a empresa comprar participação na Usiminas e anunciar seu interesse pela CSA.

Dentro das empresas X também houve uma intensa dança das cadeiras, com a saída de executivos levados por Eike para seu grupo a peso de ouro. A saída de Rodolfo Landim da OGX é o caso mais polêmico, por ter levado a uma disputa judicial referente à rescisão do contrato.

Anteontem, o presidente da Federação da Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira, deixou a vice-presidência do grupo, cargo criado por Eike há menos de 50 dias para recebê-lo. A justificativa apresentada por Gouvêa Vieira foram as " divergências de política de gestão". / M.D. e M.C.