Título: Sucessão não salva parceria em refinaria
Autor: Lameirinhas, Roberto
Fonte: O Estado de São Paulo, 10/03/2013, Internacional, p. A11

Mesmo com a morte de Hugo Chá­vez, fontes que acompanham a negociação da Petrobrás com a esta­tal venezuelana PDVSA não acre­ditam que sucessão na Venezuela salve a parce­ria na refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco (Rnest). O aporte programado inicialmente pelos venezuelanos, de 40% do negócio, está descartado, segundo a fonte.

Apesar disso, a saída completa da PDVSA é dada como pouco provável. Dois empresários com negócios no País, que acompanham a ne­gociação, consideram que Brasil e Venezuela têm relações sólidas há duas décadas, que o chavismo está consolidado como regime e manterá suas linhas mestras no País, indepen­dentemente de quem assumir o cargo.

A proposta que tomou força mais recente­mente seria reduzir a participação da PDVSA. Além disso, o aporte referente à participação da estatal seria feito em óleo, em vez de dinhei­ro. A PDVSA pagaria com 70 mil barris diários de petróleo até completar US$ 4,2 bilhões. A US$ 100 o barril, a dívida, em valores presen­tes, seria paga em menos de dois anos.

Mas o orçamento inicial, de US$ 2,3 bilhões, passou para US$ 17bilhões e a Petrobrás já con­sidera ter de elevar os custos a US$ 20 bilhões. Com os US$ 8 bilhões que caberiam à Venezuela, Caracas conseguiria hoje construir uma refinaria inteira, em casa. "A mudança de cenário faz com que não haja nem interesse estratégico ou disponibilidade de recursos po rparte da Venezuela para concretizar o negócio nas bases iniciais", disse uma das fontes ao Estado.