Título: Pesquisa indica alta da Selic ainda este ano
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Fonte: O Estado de São Paulo, 12/03/2013, Economia, p. B6

Economistas consultados pelo Banco Central já esperam que a taxa básica dos juros comece a subirem outubro

Os economistas consultados pelo Banco Central na pesquisa semanal Focus começaram a rever suas projeções para a taxa básica de juros neste ano. A projeção para a Selic no fim de 2013, que era de manutenção dos atuais 7,25% até dezembro, subiu para 8,0% ao ano. De acordo com o levantamento, a expectativa agora é que os juros comecem a subir em outubro deste ano. Antes, a previsão era de alta apenas em janeiro de 2014.

Muitos analistas revisaram suas projeções apósa reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) da última quarta-feira. Apesar de não ter mexido nos juros, a instituição disse que pode rever sua estratégia de política monetária, que até o início do mês era de estabilidade dos juros "por um período suficientemente prolongado", deixando aberta a possibilidade de alta da taxa em breve.

Como nem todos analistas revisam as projeções semanalmente, a expectativa é de mais mudanças nas previsões nas próximas semanas. Além disso, o mercado aguarda a publicação da ata da reunião do Copom, na quinta-feira, e do Relatório Trimestral de Inflação, no fim de março.

Inflação. A próxima pesquisa também deve trazer a reação dos economistas a duas notícias publicadas na sexta-feira: os dados da inflação ao consumidor (IPCA) em fevereiro, que ficou em 0,60%, acima das projeções do mercado e do BC, e a desoneração da cesta básica. Por enquanto, as previsões para o IPCA seguem em alta. A estimativa para 2013, segundo a pesquisa, subiu de 5,70% para 5,82%. E a projeção para março aponta para uma inflação acumulada em 12 meses acima do teto da meta, que é de 6,5%.

Os indicadores da semana passada já levaram instituições financeiras e consultorias a prever alta dos juros para até 9% ao ano em 2013. O Itaú Unibanco, por exemplo, manteve a previsão de estabilidade, mas não descarta um possível ciclo de elevação da Selic curto a partir de maio, para algo em torno de 8,25% ao ano. / colaborou

FRANCISCO CARLOS DE ASSIS