Título: Corte no rating não preocupa BNDES
Autor: Valle, Sabrina ; Balnemann, Wellington
Fonte: O Estado de São Paulo, 22/03/2013, Economia, p. B5

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) refutou ontem preocupação com o rebaixamento da nota de crédito pela agência de risco Moody"s, anunciado quarta-feira. Segundo o presidente do banco, Luciano Coutinho, o BNDES está capitalizado para seguir emprestando. Ontem, o BNDES anunciou forte alta nos desembolsos em janeiro e fevereiro.

Em nota, o BNDES ressaltou que o rebaixamento apenas nivelou a nota do banco e da BNDES-Par, sua empresa de participações, ao risco soberano - ou seja, à nota do Brasil na Moody"s. A agência rebaixou os ratings do BNDES e da BNDESPar em dois níveis, de A3 para Baa2, com perspectiva positiva. Os ratings em moeda estrangeira foram rebaixados de Baal para Baa2, com perspectiva positiva.

A Caixa também foi atingida pela Moody"s. Os ratings de depósito de longo prazo em moeda local foram rebaixados de A3 para Baa2. Em moeda estrangeira, a nota da Caixa também caiu de Baa1 para Baa2.

Ao rebaixar as notas da Caixa, do BNDES e da BNDESPAr, a Moody"s ressaltou a deterioração na qualidade de crédito dos bancos. Além de usar essas instituições para impulsionar o crescimento econômico durante a crise, o governo tem exigido que o BNDES e a Caixa contribuam com elevados valores em dividendos.

Em parte por isso, o índice de Basileia do BNDES - medida internacional do quanto um banco tem de patrimônio próprio em relação ao valor total emprestado - caiu de 20,6%, no fim de 2011, para 15,4%, no fim do ano passado. "Estamos ainda dentro de uma faixa de conforto", disse Coutinho ontem, após assinar convênio de cooperação para o desenvolvimento do mercado de crédito de carbono entre os ; governos do Acre e do Rio de Janeiro, na sedado banco.

Por isso, o governo já prevê uma capitalização para o BNDES de R$ 5 bilhões a R$ 8 bilhões - como revelou o Estado no mês passado.

E o crescimento do BNDES está acelerado. O banco de fomento liberou R$ 21,2 bilhões em empréstimos nos dois primeiros meses do ano, alta nominal (sem considerar a inflação) de 39% em relação a igual período de 2012. Segundo Coutinho, esse ritmo se manteve na primeira quinzena deste mês.