Título: Alves e líderes vão insistir para que Feliciano renuncie
Autor: Dantas, luri ; Moreira, Rene
Fonte: O Estado de São Paulo, 01/04/2013, Nacional, p. A9

O presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, pastor Marco Feliciano (PSC- SP) enfrenta amanhã nova roda­da de pressão política para abandonar o cargo. O presiden­te da Câmara, Henrique Eduar­do Alves (PMDB-RN), prome­teu na semana passada reunir os líderes partidários em reu­nião com o parlamentar ama­nhã. Alves e os líderes deverão fazer novo apelo para que o pas­tor deixe o posto.

Feliciano continuou enfren­tando protestos durante o feria­do da Semana Santa.

Na noite de sexta-feira, o depu­tado foi alvo de manifestação em Passos, no sul de Minas, onde participou de um encontro de evangélicos. Ele teve de deixar o ginásio Elzo Calixto Mattar - on­de um evento organizado pela União das Igrejas Abençoando Passos reuniu mais de 2 mil pes­soas - sob escolta policial. Duran­te o encontro, o deputado fez um discurso inflamado, no qual vol­tou afalar dos "ataques" que tem sofrido. Sempre segurando uma bíblia, Feliciano falou para os fiéis no ginásio e voltou a se dizer vítima de uma perseguição.

Enquanto falava aos religio­sos, dezenas de pessoas protesta­vam do lado de fora do ginásio. Como em outros diversos atos pelo País, com faixas e cartazes esses manifestantes gritavam pa­lavras de ordem e pediam a saída do parlamentar da Comissão de Direitos Humanos e Minorias.

O deputado deixou o ginásio pouco depois das 22h. Na saída, teve de ser escoltado pela Polícia Militar (PM). O veículo em que estava foi cercado pelos manifes­tantes, que encostavam os carta­zes nos vidros do automóvel. A PM, porém, não registrou ne­nhum incidente.

Redes sociais» Marco Feliciano usou a internet para dizer que sua presença em Passos foi um sucesso. Pelo Twitter, afirmou: "Foi lindo ver os cristãos unidos em apoio a nossa causa".

Foi também pela internet que o protesto foi organizado. Assim que ficaram sabendo da presen­ça do deputado federal no sul de Minas, estudantes passaram a convocar a manifestação pelas redes sociais.

No sábado, cerca de 50 pes­soas protestaram contra Felicia­no em Brasília "malhando" um boneco de Judas, representado na figura do deputatio.

Paralisia. Desde a chegada de Feliciano à presidência da Comis­são de Direitos Humanos, o colegiado não consegue funcionar, fa­to que deve ser usado como princi­pal argumento pelo presidente da Câmara e líderes de partido para tentar convencer o deputado do PSC a abandonar o cargo.

Em diversas entrevistas, no en­tanto, Feliciano já descartou a possibilidade de renunciar. O PSC defende sua permanência.

Pesam contra o pastor Felicia­no acusações de que ele teria pra­ticado atos racistas em comentá­rios na internet, além de declara­ções discriminatórias contra os homossexuais.