Título: Em 1º evento com Alckmin, Aécio chama golpe de 64 de revolução
Autor: Domingos, João
Fonte: O Estado de São Paulo, 05/04/2013, Nacional, p. A6

Militares usam termo para amenizar simbologia da ditadura; tucano desfilou com governador em ato com prefeitos

Aécio Neves, pré-candidato tucano à Presidência da República, chamou o golpe de 1964 de "revolução", termo que costuma ser usado por militares para amenizar a simbologia da ditadura que assolou o País de 1964 a 1985.

Neto de Tancredo Neves, um dos símbolos da democracia no País, o senador mineiro cometeu a gafe em seu primeiro evento ao lado do governador Geraldo Alckmin desde que o colega declarou apoio às suas pretensões de comandar o PSDB nacional - trata-se do primeiro passo para oficializar, no ano que vem, sua candidatura à sucessão presidencial.

No 57º Congresso Estadual de Municípios paulistas, realizado em Santos, Aécio falava sobre a divisão de poderes entre os entes da federação quando afirmou: "Veio a revolução de 64, novo período de grande concentração de poder nas mãos da União, apesar de ter sido um período em que foram criadas políticas compensatórias para determinadas regiões menos desenvolvidas." Indagado pelos jornalistas sobre o uso do termo, Aécio disse: "Ditadura, revolução, como quiserem". E emendou: "Ditadura, regime autoritário, que todos nós lutamos para que fosse vencido."

Dupla. Aécio chegou a Santos acompanhado de Alckmin. A dupla foi recebida com entusiasmo pelos prefeitos, principalmente os tucanos. O governador paulista negou caráter eleitoral da agenda. “Não tem nenhum caráter que não seja de fortalecer a federação brasileira”, disse Alckmin.

A participação de Aécio no congresso estava prevista para hoje e a de Alckmin, para amanhã. A mudança provocou o cancelamento de palestra que haveria no mesmo horário. Hoje, o evento de Santos deverá contar com a presença de outro possível candidato ao Planalto, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB).