Título: Poupança bate recorde de depósitos para o 1º trimestre
Autor: Cucolo, Eduardo
Fonte: O Estado de São Paulo, 05/04/2013, Economia, p. B3

Depósitos superaram os saques em R$ 10,58 bi nos primeiros três meses do ano; captação Líquida cresceu 397% ante 2012.

A caderneta de poupança teve entrada recorde de recursos para meses de março e para um primeiro trimestre, apesar da mudança nas regras de correção do | investimento, que afetou o retorno dos aplicadores.

Segundo o Banco Central (BC), os depósitos superaram os saques em R$ 5,96 bilhões no mês passado, maior valor para o período na série iniciada em 1995. O resultado é mais que o dobro do recorde anterior, de março de 2012, quando a captação líquida foi de R$ 2,54 bilhões.

No primeiro trimestre de 2013, os depósitos superaram os saques em R$ 10,58 bilhões, deixando para trás o recorde de R$ 4,65 bilhões nos três primeiros meses de 1997. Em relação ao mesmo período de 2012, o crescimento na captação líquida foi de 397%.

Os dados do BC mostram ainda que os rendimentos creditados aos poupadores aumentaram apenas 1,2% na mesma comparação, apesar do forte crescimento do saldo total das cadernetas. A pequena alta reflete, em parte, a mudança no cálculo da rentabilidade da poupança para recursos depositados a partir de maio de 2012.

A "nova poupança" rendeu 0,4134% ao mês no primeiro trimestre de 2013, ante 0,5% ao mês mais TR (que está em zero desde agosto do ano passado) para os recursos depositados antes da alteração nas regras.

Atratividade. Apesar de render menos do que no passado, a poupança ainda supera muitas outras aplicações, pois é isenta de Imposto de Renda e de taxas de administração. Com a queda na taxa básica de juros, os investimentos de renda fixa estão rendendo menos. E essa redução acabou tornando a caderneta mais atrativa para aplicações de até um ano, que pagam IR mais alto, e para pequenos valores.

"Além de oferecer segurança, liquidez e simplicidade na movimentação, a poupança é isenta de tributos, o que a torna uma das melhores opções para aplicações de curto prazo, já que os demais investimentos, como fundos e CDBs, são tributados", diz o vice-presidente de Pessoa Física da Caixa, Fábio Lenza.

O banco respondeu por 34% da captação do trimestre e registrou a abertura de mais de 1,8 milhão de novas contas no período, crescimento de 45% em relação ao mesmo período de 2012.

Recordes. Os números do Banco Central mostram ainda que os depósitos cresceram 12% no trimestre, enquanto os saques aumentaram 9%, na mesma comparação. Foram depositados R$ 318,95 bilhões e sacados R$ 308,37 bilhões, novos recordes.

O elevado movimento contribui para reduzir o saldo da antiga poupança, que representa hoje cerca de 60% do saldo total. O porcentual de recursos sujeitos à remuneração abaixo de 0,5%, portanto, vem aumentando rapidamente.

A captação positiva de recursos, somada aos rendimentos da caderneta, elevaram o saldo total de depósitos de R$ 505,6 bilhões no fim de fevereiro para R$ 513.8 bilhões no fim de março. Em março de 2012, estava em R$ 428.9 bilhões.

Recordes

R$ 5,96 bi foi quanto os depósitos superaram os saques no mês de março, maior valor para o mês desde 1995.

R$ 10,58 bi foi quanto os depósitos superaram os saques no l9 trimestre do ano, maior valor para o período desde 1997, quando foi de R$ 4,65 bilhões.

397% foi p crescimento da captação líquida do l9 trimestre, em relação ao mesmo período do ano passado.