Título: PSB não precisa de licença para lançar candidato, diz Campos
Autor: Bergamasco, Débora ; Villaverde, João
Fonte: O Estado de São Paulo, 06/04/2013, Nacional, p. A4

Ao participar de evento com prefeitos em SP, governador traça cenário pessimista da economia e prevê mais desemprego

Daiene Cardoso / santos

O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), afirmou ontem que seu partido não precisa pedir licença a nenhuma outra legenda para tomar decisões, inclusive sobre uma candidatura à Presidência.

"Somos um partido que tem direção e debate. Nunca fomos e nem nunca vamos ser sublegenda de ninguém e não precisamos pedir licença a nenhuma agremiação partidária, seja ela qual for, para tomar uma decisão. E vamos tomar a decisão que nos cabe no tempo que acharmos correto, na hora certa", afirmou ontem, após participar do 57.o Congresso Estadual de Municípios, em Santos, num claro recado ao PT.

Pauta nova. A uma platéia de prefeitos, vice-prefeitos e vereadores, Eduardo Campos discursou por mais de meia hora e fez diversas críticas ao governo federal, apontando fragilidades da economia brasileira no momento em que a presidente Dilma Rousseff sofre críticas pelo fraco desempenho do PIB. Afirmou que o País precisa de uma "nova pauta" e previu ainda um cenário de desemprego.

"A crise que sacudiu os Estados Unidos na situação que nós vimos, que fez o continente europeu, do bem-estar social, enfrentar taxa de desemprego de 25% ela está chegando ao Brasil. Lá nos Estados Unidos onde a crise chegou, eles já começaram a crescer mais do que nós. Já estão encontrando alternativas para a energia e uma fase de fontes completamente diferentes do que estava indo a estratégia da matriz energética do mundo (...)Nós não podemos ficar no Brasil sem olhar isso e sem posicionar o Brasil na direção que devemos posicionar."

Ele sustentou que a economia vive um momento de baixa produtividade, disse que o Brasil precisa melhorar a saúde pública e afirmou que ahá um risco Brasil efetivo" na área de educação.

O governador reclamou ainda do subfinanciamento da saúde |nos municípios e da alta concentração da receita tributária pela União. Entre as críticas que fez, afirmou que "a carga tributária ;brasileira é alta demais para o padrão dos serviços públicos".

O pernambucano tocou até num tema que foi promessa de campanha da presidente Dilma Rousseff em 2010: disse que o País não constrói creches.

Campos reiterou que o PSB tem o direito legítimo de fazer os debates que interessam ao País e negou que esteja fazendo uma movimentação eleitoral. "Não podemos interditar o debate constrangidos por muitos que entendem que qualquer debate político é discutir eleição."

Faixa e tietagem. Ovacionado por mais de 200 militantes do PSB e chamado de "presidente" Campos desconversou se o slogan exposto numa das faixas "Eduardo Campos: um novo caminho para um novo Brasil" - dava o tom de sua campanha. O pernambucano justificou que tais manifestações são comuns ao "ambiente político".

Deu a entender, porém, que m PSB iniciou seus movimentos políticos depois que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou Dilma Rousseff à reeleição. "No ambiente dos partidos, é natural que se seja tocado pelo gestos de outros. Se você for a um ogo de torcida de futebol, se uma torcida fica calada, a outra fica calada. Se uma começa a gritar, a outra começa a gritar." "

O governador posou para fotos, foi abraçado e beijado por dezenas de pessoas e até parou em um estande para provar um pão com mortadela.