Título: Ativistas entregam lista de 455 mil nomes contra deputado
Autor: Madueno, Denise ; Bresciani, Eduardo
Fonte: O Estado de São Paulo, 28/03/2013, Nacional, p. A4

Para mostrar a ressonância na sociedade dos protestos contra a presença do pastor Marco Feliciano (PSC-SP) no comando da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, ativistas entregaram ontem a lideranças do PSC uma petição online com mais de 455 mil assinaturas pedindo a saída do deputado do cargo. Eles foram recebidos por André Moura, líder do partido, Everaldo Dias Pereira, vice-presidente, além de outros integrantes da bancada e da executiva. Ouviram do partido um pedido para que deixassem o deputado Marco Feliciano desenvolver os trabalhos para que pudessem, a partir daí, julgar suas atitudes.

“O que o líder nos pediu foi que, como houve a decisão dele (Marco Feliciano) de continuar, que seja dado um prazo para exercer o cargo e, se houver algum deslize, o próprio partido abrirá um processo disciplinar contra ele”, disse Pedro Abramovay, diretor de campanhas da Avaaz, uma entidade de mobilizações pela internet.

Os ativistas disseram não aceitar a proposta de se conceder um prazo por entender que as atitudes anteriores de Feliciano já tiram sua condição de presidir o colegiado. “As declarações feitas por ele (Feliciano) não podem ser taxadas como um deslize, há uma constatação de ofensas aos direitos humanos”, afirmou Abramovay.

Autor da petição, Bruno Maia afirma que a pressão vai continuar e que novos protestos de ma serão realizados em São PauIo nos próximos dias pedindo a renúncia do pastor. Abramovay destacou o apoio de 455 mil pessoas ao tema e disse considerar a adesão uma vitória sobre Feliciano. Em petição no seu site, o pastor computava até a noite de ontem o apoio de 326 mil pessoas a sua permanência. “Nunca imaginamos que teríamos apoio maior do que um pastor, que tem toda a estrutura da igreja.” Os organizadores acreditam que a continuidade das manifestações podem levar à saída do deputado da comissão, ainda que não de imediato. Na visão deles, é a mobilização feita na internet, nas ruas e nas dependências da Câmara que tem pressionado os líderes a cobrar a renúncia de Feliciano./E.B.