Título: ESTATAL DEVE TER ATÉ 20% DA LIGHT, DIZ EXECUTIVO
Autor:
Fonte: O Globo, 25/02/2005, Economia, p. 29

O BNDES deverá se tornar sócio da Light, com até 20% das ações com direito a voto. A instituição poderá capitalizar em ações ordinárias (com direito a voto) da empresa 50% dos US$300 milhões que serão emprestados à Light. A transformação de parte do empréstimo em ações está ¿conversada¿ com o BNDES, afirmou o diretor de Relações Institucionais da Light, Paulo Roberto Pinto.

O prazo para fechar o financiamento vai até junho. Mas antes de a Light conseguir o empréstimo, precisa fechar um acordo de refinanciamento da dívida com o mercado e melhorar sua receita. Atualmente, a francesa EDF tem 95% das ações e os 5% restantes estão distribuídos no mercado.

¿ O aumento da tarifa melhora o caixa da empresa e permite a aprovação do crédito no BNDES ¿ disse Pinto.

A Light terá que cumprir algumas exigências, entre elas entrar no programa de Novo Mercado da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) ¿ que exige mais transparência. Também terá que aumentar a participação dos minoritários, nos próximos três anos, para 25%.

O diretor da Light disse que o financiamento do BNDES será feito assim que a distribuidora fechar a negociação com os bancos credores. A dívida da Light chega a US$660 milhões. Cerca de 20% do empréstimo do BNDES, em torno de US$100 milhões, serão usados para o pagamento da dívida. Outros US$150 milhões deverão ser usados para o pagamento dos juros. Há um ano e meio a empresa não paga juros aos bancos. O restante da dívida será alongado em quatro anos.

O programa de financiamento do BNDES para todo o setor elétrico prevê a conversão de debêntures em ações.