Título: IR: arrecadação cresce 29% acima da inflação
Autor:
Fonte: O Globo, 27/02/2005, Economia, p. 33

O apetite tributário do governo atingiu em cheio tanto a classe média quanto as empresas nos últimos dez anos. De 1995 até o ano passado, o aumento da arrecadação com o Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) alcançou 183% em termos nominais (sem considerar a inflação). Ou seja, quase triplicou. Pulou de R$2,165 bilhões para R$6,136 bilhões no ano passado. Em termos reais, esse avanço da gula do Leão sobre a pessoa física foi de 29,22%, descontando a inflação medida pelo IPCA no período, de 135,98%. Os cálculos são de estudo da consultoria Ernst & Young.

José Candido, gerente sênior de Assessoria Tributária da consultoria, explica que, com o congelamento da tabela do IR e as correções abaixo da inflação desde 1996, muitas pessoas passaram a pagar imposto:

¿ Alguns eram isentos e com aumento salarial foram obrigados a declarar. Outros estavam na alíquota de 15% e pularam para a de 27,5%.

Nos últimos dez anos, a arrecadação do IR sobre as empresas cresceu ainda mais. A alta foi de 316% em termos nominais e, considerando a inflação, chegou a 89,76%. Um dos motivos, diz Candido, foi a tributação de resultados das empresas no exterior.

Procurada, a Receita não quis comentar o estudo.