Título: OCDE ELOGIA AVANÇOS DA ECONOMIA
Autor:
Fonte: O Globo, 02/03/2005, Economia, p. 29

A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE, clube de países desenvolvidos) avaliou, com louvor, os avanços obtidos pela economia brasileira na gestão Lula. Em seu segundo estudo sobre a economia brasileira, divulgado ontem no Rio, a OCDE fez ainda algumas ressalvas. Uma das principais é que o país aumente seu superávit primário pelo menos para 5% do PIB, em vez dos 4,25% definidos para este ano.

¿ O ano de 2004 foi de fato muito positivo, depois de vários anos em que o país apresentou um crescimento precário, a ponto de afetar a confiança dos investidores ¿ disse o vice-diretor do Departamento Econômico da OCDE, Andrew Dean.

Ele afirmou que o governo Lula adotou políticas macroeconômicas bastante prudentes e necessárias para que o país voltasse a crescer a um ritmo forte. Dean destacou a questão fiscal, com as autoridades empenhadas em controlar o déficit orçamentário; o gerenciamento adequado da dívida pública e a política monetária para o cumprimento da meta de inflação.

O estudo revelou, porém, que ainda há desafios para consolidar o crescimento sustentado. A questão da dívida pública é um deles. Daí a sugestão de elevar o superávit primário para reduzi-la e conter uma das vulnerabilidades. O aumento do superávit, para a OCDE, não é incompatível com outra recomendação do estudo: a de aumento da taxa de investimentos público e privado, também necessário para o país atingir o crescimento sustentado.

Ao comentar a proposta de aumento do superávit primário, o secretário do Tesouro Nacional, Joaquim Levy, disse não ser necessário elevá-lo, a princípio:

¿ Acho que tudo depende das condições econômicas, mas hoje o número certo é 4,25% do PIB. A relação dívida/PIB caiu para 51,8% em 2004 e pode recuar para 50% este ano ¿ previu Levy.