Título: Alegria de uns, paranóia de outros
Autor:
Fonte: O Globo, 02/03/2005, O Mundo, p. 36

Nem mesmo na tranqüila capital uruguaia o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, conseguiu se sentir seguro. Pouco depois de desembarcar em Montevidéu, ontem de manhã, Chávez assegurou ter certeza de que o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, pretende assassiná-lo.

¿ Se alguma coisa acontecer com minha vida será responsabilidade do presidente dos EUA ¿ afirmou Chávez, que chegou ao Uruguai com a maior equipe de segurança enviada ao país.

Segundo fontes do governo venezuelano, os serviços de inteligência do país têm provas mais do que suficientes sobre supostos planos da Casa Branca para matar Chávez.

¿ Nós acreditamos que o risco é maior no exterior. Na Venezuela, podemos controlar melhor a situação ¿ disse uma fonte da comitiva do presidente venezuelano.

Já os argentinos esbanjaram tranqüilidade. O presidente Néstor Kirchner não conseguia esconder a satisfação de ter conseguido renegociar a dívida de seu país, superando assim um dos maiores desafios de seu governo.

Kirchner estava tão feliz que fez questão de saudar os seguidores do novo presidente uruguaio antes mesmo de Tabaré Vázquez aparecer na sacada do palácio de governo. O presidente argentino ¿ que mais de uma vez ignorou o protocolo ¿ apareceu numa janela do palácio fazendo o sinal de vitória.

¿ A taxa de adesão à nossa proposta superou todas as expectativas ¿ afirmou o chefe de Gabinete argentino, Alberto Fernández.

Hoje, os presidentes Lula, Chávez e Kirchner terão um encontro para discutir, entre outros assuntos, a possibilidade de incorporar a Venezuela como membro pleno do Mercosul.