Título: ARGENTINA: QUEM NÃO TROCOU BÔNUS, NÃO TROCARÁ MAIS
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Fonte: O Globo, 07/03/2005, Economia, p. 21

País agora tenta retomar negociações com o FMI

BUENOS AIRES. Em meio a fortes pressões de organismos como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o G-7 (grupo de países mais ricos do mundo), o ministro da Economia da Argentina, Roberto Lavagna, descartou qualquer possibilidade de reabrir a operação de reestruturação da dívida pública. Em entrevista ao jornal ¿La Nación¿ publicada ontem, Lavagna afirmou que os bônus argentinos que não foram trocados na renegociação encerrada em 25 de janeiro passado ¿poderão permanecer em situação de moratória indefinidamente¿.

Segundo dados do governo argentino, 76,07% do total da dívida envolvida no calote, estimado em US$81,8 bilhões, foram renegociados pelo país. Para o FMI e os países do G-7, a Argentina deveria oferecer uma solução aos credores que não aderiram à oferta do país.

O ministro argentino tinha um jantar marcado com o diretor-gerente do organismo, Rodrigo Rato, e hoje pode se reunir com o secretário do Tesouro americano, John Snow e com o subsecretário para Assuntos Internacionais do Tesouro, John Taylor.

A estratégia do país, indicou Lavagna, é continuar reduzindo a dívida pública. Hoje, a dívida argentina representa 72% do PIB. O objetivo, confirmou o ministro, ¿é chegar a níveis aceitáveis para um país emergente. Não muito além de 40% do PIB¿.