Título: TIROS QUE MATARAM DOROTHY SAÍRAM DE ARMA ACHADA NA FAZENDA DE BIDA
Autor: Evandro Éboli/Ismael Machado
Fonte: O Globo, 09/03/2005, O País, p. 10

Laudo do IML confirma que disparos foram feitos com o revólver calibre 38

BELÉM e ALTAMIRA (PA). Um exame do Instituto Médico-Legal comprovou que os tiros que mataram a freira Dorothy Stang em Anapu, no Pará, foram disparados de um revólver calibre 38 achado na fazenda de Vitalmiro de Moura, o Bida, único dos quatro indiciados pelo crime ainda foragido. O laudo será enviado na quinta-feira à Polícia Civil e compromete ainda mais Bida e Rayfran Sales, já preso, que confessou ter atirado na freira.

O julgamento dos quatro principais acusados pode acontecer até novembro deste ano. A previsão é do promotor Sávio Brabo, do Ministério Público do Pará. O processo contra eles já foi enviado ao juiz da Comarca de Pacajá, com a denúncia formalizada. Vitalmiro, Rayfran, o Fogoió; Amair Feijoli da Cunha, o Tato, e Clodoaldo Batista, o Eduardo, podem ser condenados por homicídio duplamente qualificado, com penas entre 12 e 30 anos de prisão. Vitalmiro foi denunciado como mandante do crime, Tato como intermediário e Rayfran e Eduardo, como executores.

Acusado de não ter dado proteção policial a Dorothy, o governo do Pará decidiu que a Polícia Militar vai exigir que a pessoa ameaçada assine um termo afirmando que não quer ficar sob proteção policial.

A proposta foi apresentada a quatro dos ameaçados de morte em Anapu, no oeste do Pará, região onde a freira foi assassinada. Apenas o líder sindical Francisco Santos Souza, o Chiquinho do PT, aceitou ficar sob proteção policial. O padre Amaro, pároco de Anapu, não quis proteção nem assinou o termo. Outros dois pediram reforço do policiamento em vez de proteção individual.