Título: INDÚSTRIA TEVE EXPANSÃO DIVERSIFICADA EM 13 REGIÕES DO PAÍS EM JANEIRO
Autor: Luciana Rodrigues
Fonte: O Globo, 12/03/2005, Economia, p. 40

Só no Rio Grande do Sul produção caiu. SP cresceu 7,7% e Rio, apenas 3,4%

A indústria brasileira registrou, em janeiro, um crescimento generalizado em quase todos os estados do país e diversificado, com aumento de produção em diferentes segmentos fabris. Segundo pesquisa mensal divulgada ontem, em 13 das 14 regiões investigadas pelo IBGE, houve ampliação na indústria. A única exceção foi o Rio Grande do Sul, onde a perspectiva de safra menor reduziu a produção de máquinas agrícolas e fertilizantes, levando a uma queda de 1,1% na indústria, frente a janeiro do ano passado.

O Rio de Janeiro teve uma expansão de só 3,4%, abaixo da média brasileira, de 6%, numa trajetória que repete o desempenho do estado em 2004, quando ficou aquém do resultado nacional em todos os meses do ano. Mas o Rio vem, aos poucos, retomando um ritmo mais intenso de produção. No acumulado em 12 meses, a indústria cresceu 2,8%, acima dos 2,4% registrados em dezembro.

No Nordeste, mercado interno puxa alta de 12,4%

Na outra ponta, o Nordeste teve o melhor desempenho do país. Além de pesquisar 13 estados do Brasil, o IBGE avalia em conjunto apenas a Região Nordeste, por se tratar de uma área que é foco de políticas públicas específicas. A região teve expansão de 12,4%, com o Ceará crescendo 10,1% e a Bahia, 7,5%. Entre os segmentos com melhor desempenho no Nordeste, estão alimentos e bebidas (20,6%) e minerais não-metálicos (39,2%).

- Cimento e outros insumos da construção civil puxaram o crescimento do setor de minerais não-metálicos. Assim como alimentos e bebidas, este é um segmento que reflete muito bem a dinâmica do mercado interno e é muito influenciado pelo rendimento dos trabalhadores - explica Denise Cordovil, técnica do IBGE.

O Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), em relatório divulgado ontem, destaca que o Nordeste é a região que melhor ilustra o atual estágio de recuperação da indústria brasileira. No início de 2004, a produção industrial foi retomada primeiro nos segmentos de bens de capital (máquinas e equipamentos) e bens de consumo duráveis, como automóveis e eletrodomésticos, beneficiados pela exportação ou por um aumento no crédito. Agora, os setores líderes na expansão são mais influenciados pela renda do trabalhador, como no Nordeste.

Em 12 meses, São Paulo tem maior crescimento desde 95

Mas os segmentos voltados para a exportação ou de produção de bens duráveis continuam a pleno vapor. Em Santa Catarina, por exemplo, estado com o melhor desempenho em janeiro (10,5% de aumento da produção), a expansão foi liderada por veículos automotores, com alta de 183,4%, em grande parte beneficiado pelas exportações de carrocerias de caminhões e ônibus. A indústria catarinense de produtos têxteis, voltada para o mercado doméstico, também cresceu com força (13,7%).

O Estado de São Paulo, que responde por mais de 40% da produção industrial brasileira, cresceu 7,7% em janeiro e, em 12 meses, manteve uma expansão acumulada de 11,8%, a mesma registrada em dezembro e a melhor marca desde agosto de 1995.