Título: CASA CIVIL JUSTIFICA AUMENTO DE GASTOS
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Fonte: O Globo, 16/03/2005, O País, p. 4
Despesas subiram porque programas foram transferidos para a Presidência, diz
BRASÍLIA. A Casa Civil atribuiu ontem os aumentos de gastos da Presidência da República, nos dois primeiros anos do governo Lula, às transferências de atribuições de outras áreas para o gabinete presidencial. De acordo com a Casa Civil, as despesas de custeio passaram de R$111 milhões em 2002 para R$300 milhões em 2004 por causa, principalmente, da centralização do orçamento de publicidade institucional na Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom), além de outros serviços, como o Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), transferidos para a Presidência na atual gestão.
Segundo o diretor de Orçamento e Finanças da Casa Civil, Gilton Saback Maltez, os gastos com publicidade institucional incluídos no orçamento da Presidência da República em 2004 foram de R$135,9 milhões, enquanto em 2002 eram de R$5,5 milhões.
Casa Civil: houve redução nos gastos, se considerada inflação
O diretor afirmou ainda que as despesas com a implantação dos sinais de telecomunicações e teleprocessamento do Sipam foram de R$54,4 milhões em 2004. Outro item que provocou ampliação das despesas, segundo o diretor, foi a manutenção do contrato de gestão com a Associação de Comunicação Educativa Roquette Pinto, que aumentou de R$21,8 milhões para R$36,5 milhões.
¿ Houve na verdade uma redução de gastos se considerarmos que a inflação do período foi de 22,28% ¿ disse Gilton Maltez.
Segundo a Casa Civil, os gastos com equipamento e material permanente foram de R$5,3 milhões em 2002 e de R$20 milhões em 2004. Essa despesa foi para atualizar o parque de informática, adquirir equipamentos de segurança e modernizar o sistema de telefonia do Palácio do Planalto.
O aumento dos gastos com serviços de terceiros, de R$72,2 milhões para R$258,3 milhões, de acordo com a Casa Civil, corresponde aos pagamentos feitos para a veiculação de publicidade institucional e junto aos fornecedores do programa Sipam.
Secretário critica Goldman, que pediu tomada de contas
Os números divulgados pelo GLOBO segunda-feira sobre os gastos da Presidência da República foram obtidos no Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) pelas assessorias técnicas do PFL e do PSDB no Congresso. Só ontem a Casa Civil respondeu. O secretário-executivo da Casa Civil, Swedenberger Barbosa, criticou o líder do PSDB na Câmara, Alberto Goldman (SP), que pediu uma tomada de contas especial ao Tribunal de Contas da União (TCU) para esclarecer o aumento das despesas com serviços de terceiros pessoa jurídica.
¿ As relações da Casa Civil com o TCU têm se dado de maneira transparente e, sempre que solicitada, a Casa Civil atende imediatamente às suas recomendações. Em respeito ao TCU, a Casa Civil repudia as tentativas da oposição de transformar o tribunal em um órgão político ¿ afirmou o secretário.