Título: DOROTHY: AÇÃO CONTRA FORAGIDO PODE SER SUSPENSA
Autor: Ismael Machado
Fonte: O Globo, 16/03/2005, O País, p. 11

Suspeitos presos inocentam fazendeiro e prefeito de Anapu

BELÉM. A ação penal contra o fazendeiro Vitalmiro Moura, o Bida, acusado de ser o mandante do assassinato da missionária Dorothy Stang, poderá ser suspenso caso ele não compareça ao interrogatório marcado pelo juiz Lucas do Carmo de Jesus para o dia 29 de março em Pacajá. A ação será retomada automaticamente quando Bida, que está foragido, for capturado ou se entregar à Justiça.

Ontem foram ouvidos pela Justiça os três acusados que estão presos, no Complexo Penitenciário de Americano, na cidade de Santa Izabel do Pará, na Região Metropolitana de Belém. Todos inocentaram Bida, mas a promotoria acredita que essa versão é falsa e seria um indício de um consórcio usado para assassinatos em disputa por terra no Pará. A autoria do crime foi assumida por Amair Feijoli, o Tato.

Contradições prolongam interrogatórios

O interrogatório foi prolongado para a noite porque, segundo o promotor Lauro de Freitas, houve contradições nos depoimentos. No primeiro depoimento, Clodoaldo Carlos Batista, confirmou a versão inicial de que Tato teria oferecido R$50 mil pela morte da missionária. Rayfran das Neves Cunha voltou atrás na acusação que havia feito contra o prefeito de Anapu, Luís Carvalho, de que este teria participação no crime, como integrante do consórcio.