Título: NO SENADO, PRESSÃO POR MAIS CARGOS
Autor: Maria Lima
Fonte: O Globo, 17/03/2005, O País, p. 3

BRASÍLIA. Assim como agiu em relação à proposta de reajuste dos subsídios dos parlamentares, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), estaria relutando a ceder às pressões de colegas para criar pelo menos mais um cargo de confiança para cada gabinete, com salário de R$8 mil, e mais dois de técnicos para cada comissão permanente. A Mesa Diretora do Senado tem reunião marcada para hoje, mas o assunto pode sair da pauta.

De acordo com a assessoria de Renan, a Mesa deve apresentar hoje um levantamento de gastos da instituição com o objetivo de identificar as áreas passíveis de cortes de despesas. O presidente do Senado, desde a sua posse em fevereiro, já autorizou o corte de R$11 milhões em custeio, mas sua meta é chegar a R$30 milhões.

Renan está ciente, contudo, de que a pressão do Senado por mais cargos comissionados deverá aumentar, sobretudo diante da decisão do presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), de aumentar a verba de gabinete dos parlamentares de R$35.350 para R$44.187.

O presidente do Senado teria sido alertado, inclusive, que a Câmara poderia tentar novamente, depois da Semana Santa, aprovar a proposta de reajuste dos subsídios dos parlamentares.

Eleito para o comando da Câmara prometendo o aumento aos colegas, Severino estaria disposto a aproveitar a votação do projeto de lei que fixa o novo teto salarial dos ministros do Supremo Tribunal Federal para reabrir a discussão sobre o reajuste dos parlamentares.