Título: FORBES PÕE FIDEL ENTRE OS MAIS RICOS DO MUNDO
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Fonte: O Globo, 16/03/2005, O Mundo, p. 32
Revista afirma que líder cubano tem fortuna pessoal estimada em US$550 milhões, obtida com negócios públicos
Comunista, sim, mas com muito dinheiro no bolso, pelo menos segundo a ¿Forbes¿. A revista, famosa por publicar anualmente a lista das pessoas mais ricas do mundo, calcula que o presidente cubano, Fidel Castro, acumule uma fortuna pessoal de US$550 milhões, cinco vezes mais do que possuiria há dois anos. Em sua mais recente edição, a ¿Forbes¿ atribui a fortuna de Fidel a lucros obtidos com ¿uma rede de negócios de titularidade pública¿.
Entre as operações mais lucrativas, a revista cita o Palácio de Convenções, construído perto de Havana; o conglomerado de lojas Cimex; e a Medicuba, empresa que vende vacinas e outros artigos farmacêuticos produzidos pelo país. Menciona ainda que Fidel ¿viaja exclusivamente em comboios de Mercedes-Benz¿ e que vendeu em 1993 a empresa estatal de rum Havana Club à gigante francesa de bebidas Pernod Ricard, por US$50 milhões.
O nome de Fidel é um dos que aparecem na lista, que traz no topo o rei Fahd, da Arábia Saudita, com US$22 bilhões. Em segundo vem o sultão de Brunei, Haji Hasanal Bolkiah, com US$20 bilhões; seguido pelo príncipe Hans Adam II, de Liechtenstein, com US$3,2 bilhões; o primeiro-ministro da Tailândia, Thaksin Shinawatra, com US$1,9 bilhões; e a rainha Elizabeth II, da Inglaterra, com US$720 milhões, entre outros.
Indiferente à lista, mas não à pressão para soltar dissidentes, o governo cubano rompeu ontem o silêncio sobre o assunto e assegurou à ONU que a libertação de 14 deles foi um exemplo de humanidade de seu sistema penal.
Ativistas chamados de mercenários
A declaração veio num documento à Comissão de Direitos Humanos, em Genebra. Num capítulo, intitulado ¿A verdade sobre alguns casos utilizados nas campanhas da mídia contra Cuba¿, Havana detalha a atenção médica a ativistas, que chama de ¿mercenários a serviço de Washington¿.
Setenta e cinco ativistas foram condenados em 2003 à prisão, acusados de complô com os Estados Unidos. Ao longo do ano passado, 14 foram libertados por doença. ¿Confirma-se a natureza magnânima, a profunda humanidade e a ausência de rancor e ódio que inspiram a atuação da revolução cubana¿, diz o texto, que também critica as condições em que prisioneiros dos Estados Unidos são mantidos em Guantánamo.
Para que os demais ativistas cubanos sejam libertados, o opositor Oswaldo Payá, líder do Movimento Cristão Libertação (MCL), pede à União Européia que fixe ¿presos e prazos¿ em sua relação com Cuba:
¿ Mantê-los na prisão é a expressão da opressão que se mantém contra todo o povo.