Título: BID: GESTÃO DA DÍVIDA BRASILEIRA É MODELO
Autor: Patrícia Eloy e José Meirelles Passos
Fonte: O Globo, 18/03/2005, Economia, p. 27

Instituição prevê queda no endividamento do país. Bird alerta para injustiças sociais

RIO e WASHINGTON. A administração da dívida pública brasileira é um exemplo para as economias da América Latina e Caribe. Esta é a avaliação de Dennis Flannery, vice-presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que participou ontem, no Rio, do 1ºEncontro Anual de Especialistas em Administração de Dívida Pública da América Latina e Caribe, organizado pelo Tesouro Nacional e pelo BID:

¿ É importante que todos os países da região desenvolvam a mesma capacidade de gerenciamento da dívida que o governo do Brasil já conquistou. O objetivo é que, com esse modelo de gerenciamento, seja possível passar por eventuais crises com menos volatilidade.

Perguntado sobre a alta dos juros, o secretário do Tesouro Nacional, Joaquim Levy, disse que isso não deve afetar os investimentos no país.

¿ Um juro que aumente para garantir a consistência macroeconômica não mata o investimento ¿ disse Levy.

Já o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Marcos Lisboa, comemorou ontem os bons resultados da economia, durante o colóquio ¿Rumos do Brasil Contemporâneo¿, promovido no Rio pela UniverCidade:

¿ A economia brasileira tem demonstrado um impressionante vigor nos últimos dois anos. Saímos de uma crise grave no início de 2002 e, em seguida, a economia teve um processo de ajustamento importante, o que contribuiu para os bons resultados obtidos no ano passado ¿ disse.

Para Bird, educação é alavanca da competitividade

Em Washington, a vice-presidente do Banco Mundial (Bird) para a América Latina, Pamela Cox, disse, na Universidade Georgetown, que o grande problema do Brasil não é a pobreza mas sim a injustiça social. Segundo ela, além de manter a atual estabilidade ¿ para a executiva, a economia brasileira é bem administrada, está crescendo mais rapidamente e de forma sustentada ¿ o país precisa encarar as injustiças sociais e promover reformas estruturais que melhorem a sua competitividade e incentivem o crescimento.

¿ É preciso fazer com que os pobres se mantenham na escola pelo menos até a 8ª série. E melhorar a qualidade da educação. Assim o país será competitivo no mercado mundial.