Título: Frota sai da garagem para salvar vidas
Autor: Tais Mendes
Fonte: O Globo, 19/03/2005, Rio, p. 16

Ambulâncias recusadas finalmente vão entrar em uso

OMinistério da Saúde divulgou ontem que o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) ¿ ambulâncias bem equipadas que muitas vezes resolvem os atendimentos no local do chamado, ajudando a desafogar as emergências dos hospitais ¿ deverá ser implantado no Rio nos próximos 20 dias. Chegaram ontem à Fiocruz as 57 ambulâncias que desde o ano passado permaneciam em São Paulo à disposição da prefeitura do Rio, que não quis recebê-las. Elas se juntarão a mais 17 ambulâncias que estavam paradas no pátio do Fundão e, do total, 15 serão equipadas para atendimento de suporte avançado. Dez coordenadores do Samu de outras cidades chegaram ontem ao Rio para ajudar na implantação do sistema. O Ministério da Saúde aplicará cerca de R$15 milhões para implantar e gastará R$2,5 milhões para manter o sistema, que já é um sucesso em outras cidades da Região Metropolitana. Na região de Niterói, por exemplo, em seis meses o Samu recebeu cem mil chamados, dos quais 25 mil dispensaram remoção.

¿ A princípio, o Ministério da Saúde pagará todo o custeio, mas no futuro o ministério deverá arcar com 50% dos custos. O restante deverá ser pago pelo governo do estado ¿ disse Irani Ribeiro de Moura, coordenadora nacional do Samu.

O ministério gastou cerca de R$8,5 milhões para adquirir as 74 ambulâncias e mais de R$907 mil com equipamentos que serão instalados nos 15 veículos destinados ao atendimento de suporte avançado. A central de regulação funcionará temporariamente no Instituto Nacional de Traumato-Ortopedia (Into), no Centro, e custará R$150 mil. Cerca de R$5 milhões serão gastos com equipamentos de informática e de comunicação para fazer o sistema funcionar.

O governo estadual, que dividirá a gestão do Samu com o ministério, planeja contratar 985 funcionários, já concursados, entre motoristas, médicos, enfermeiros e auxiliares de enfermagem. O Samu cobrirá uma área com cerca de 4 milhões de habitantes, moradores do Centro e da Zona Sul.

¿ As zonas Norte e Oeste já são assistidas pelo programa Emergência em Casa, do governo do Estado do Rio. Na Baixada Fluminense existe o programa Nova Iguaçu, que atende a dez municípios, e tem o Metropolitano 2, com sede em Niterói, que atende sete municípios ¿ disse Irani de Moura, coordenadora nacional do Samu.

A implantação do Samu foi um dos pontos de discórdia entre União e prefeitura durante as negociações fracassadas para tirar os hospitais do município da crise. O projeto do Rio foi criado em 2003, quando a prefeitura solicitou as 74 ambulâncias e instalou a central de 192. A prefeitura, no entanto, só retirou 17 ambulâncias e não implantou o programa, alegando falta de verba para instalar os equipamentos necessários nos carros.