Título: ARGENTINA MENOS POBRE E MAIS DESIGUAL
Autor: Janaína Figueiredo
Fonte: O Globo, 24/03/2005, Economia, p. 21

No governo Kirchner, renda sobe 37% mas distância social se acentua

BUENOS AIRES. Depois de 16 meses de governo do presidente Néstor Kirchner, a Argentina se transformou num país menos pobre, porém, com mais desigualdade social. Segundo pesquisa realizada pela empresa de consultoria Equis, desde que Kirchner assumiu o poder, em maio de 2003, a renda média das famílias argentinas passou de 899 pesos para 1.239,57 pesos, o que representa um aumento de 37,9%.

No mesmo período, a renda dos 10% mais ricos da população do país cresceu muito mais: 56%.

¿ A economia do país está crescendo de forma expressiva (em 2004 o PIB do país registrou variação positiva de 9%), mas é um crescimento assimétrico ¿ explicou ao GLOBO o sociólogo Artemio López, diretor da Equis.

De acordo com López, o combate ao ¿aprofundamento da desigualdade social deveria ser o eixo da segunda metade do mandato de Néstor Kirchner¿.

Expansão da economia do país atingiu 9,1% em janeiro

Em maio de 2003, a renda dos 10% mais ricos do país era 24,25 vezes superior à dos 10% mais pobres. Segundo a pesquisa da consultoria Equis, hoje a diferença aumentou: chegou a 28,94 vezes.

¿ Durante os anos de 2002 e 2003, cada ponto percentual de crescimento do país significava queda de 1,4% na taxa de pobreza. A partir de 2004, a porcentagem caiu para 0,9%. Hoje nosso crescimento tem menor impacto nos indicadores sociais ¿ afirmou López.

Dados divulgados ontem pelo Indec (o IBGE argentino) indicaram que em janeiro passado a economia argentina registrou uma expansão de 9,1%, na comparação com o mesmo período do ano anterior.