Título: ABMH: prestação deve ficar em 16% da renda
Autor: Luciana Casemiro
Fonte: O Globo, 27/03/2005, Morar bem, p. 1

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Para associação, condições de financiamento ainda são inadequadas. E volume, irrisório

Na avaliação da Associação Brasileira de Mutuários da Habitação (ABMH), pode até sobrar dinheiro este ano, a continuar como estão as regras dos financiamentos habitacionais. Isto porque, diz Geraldo Tardin, diretor da entidade, vários candidatos a mutuários estão desistindo de pegar financiamento com medo de não conseguir pagar as prestações até o fim:

¿ Além dos juros ainda serem altos demais, a evolução do custo de vida vêm abocanhando, a cada dia, um percentual maior do salário, o que dificulta o pagamento. Orientamos os mutuários a pegarem o mínimo possível de financiamento e a comprometer no máximo 16% de sua renda, para garantir a adimplência.

Construtores e bancos discutem novas linhas

Segundo o diretor da ABMH, não existe hoje uma política habitacional no país:

¿ O que há são regras de financiamento. E, diga-se de passagem, os créditos oferecidos são uma gota diante do déficit habitacional do país, que fica em torno de sete milhões de moradias.

Amanhã, construtores e bancos se encontram no Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-Rio), no Centro do Rio, para discutir as novas linhas, via SFH, que serão apresentadas ao governo. Entre as propostas: concessão de crédito para aquisição de material de construção por empresários e mutuários; crédito para transformar prédios comerciais em residenciais (retrofit); revitalização (como no retrofit apenas com manutenção da fachada) e financiamento de unidades comerciais.

¿ Estamos vendo ainda a possibilidade de financiar o capital de giro das construtoras via SFH, com TR mais 12%. Hoje pagamos juros de até 20% ¿ adianta Roberto Kauffmann, presidente do Sinduscon-Rio.