Título: EM BUSCA DA APROVAÇÃO EUROPÉIA
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Fonte: O Globo, 28/03/2005, Economia, p. 18

Wolfowitz se reunirá com críticos para convencê-los de que é o melhor para o Bird

WASHINGTON e BRUXELAS. Às vésperas da decisão do Banco Mundial (Bird) sobre a indicação de seu nome à presidência da instituição, o subsecretário de Defesa dos EUA, Paul Wolfowitz, vai tentar convencer os europeus de que é a pessoa mais indicada para o cargo. Wolfowitz poderia se reunir com funcionários europeus antes da votação de quinta-feira para conseguir mais apoio.

Alguns dirigentes europeus o têm criticado por seu papel na guerra do Iraque, mas Alemanha, Inglaterra e Itália já anunciaram apoio ao americano. No fim de semana, uma centena de professores de economia de várias universidades européias ¿ entre eles, o espanhol Ramon Marimón, da Pompeu Fabra de Barcelona ¿ divulgou carta contra a nomeação.

¿ Quero dizer aos europeus por que acho que posso ser (um bom presidente). Mas também quero escutar seus pontos de vista e compreender melhor as expectativas que têm acerca do banco ¿ disse Wolfowitz em entrevista à revista ¿Newsweek¿ e ao jornal ¿The Washington Post¿, publicada ontem.

Para ele, os europeus também desejam assegurar-se de que a região estará representada na diretoria do banco:

¿ Diria que, em seu conjunto, a reação dos europeus tem sido muito construtiva. Estão tratando de assegurar-se de que, se eu for confirmado (no cargo), terão uma boa compreensão de suas preocupações, uma das quais é a prioridade do trabalho do banco na África.

Wolfowitz nega que usará o cargo no Bird para impulsionar a política externa do presidente George W. Bush:

¿ Mas creio que quando o banco realiza sua missão, de reduzir a pobreza e promover o desenvolvimento econômico, isso torna possível que a gente de todo o mundo concretize seus próprios objetivos de liberdade e democracia.

A indicação de Wolfowitz para presidir o banco tem gerado críticas de vários grupos e outras organizações. Os EUA são o principal acionista do Bird e tradicionalmente indicam seu presidente. O atual, James Wolfensohn, deixará o cargo no dia 1º de junho, depois de cumprir dois mandatos de cinco anos.