Título: MEC ESPERA REAVER VERBA REPASSADA POR ENGANO AO SISTEMA S E A OUTROS ÓRGÃOS
Autor: Demétrio Weber
Fonte: O Globo, 29/03/2005, O País, p. 9

Erro contábil provocou desvio de R$3,3 bilhões do salário-educação

BRASÍLIA. O ministro da Educação, Tarso Genro, disse ontem que espera reaver o dinheiro do salário-educação que, por um erro contábil, foi parar nas contas do chamado Sistema S e outros órgãos do governo. O ministro afirmou que vai negociar com os dirigentes do Sistema S, que inclui o Serviço Social da Indústria (Sesi), o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), tão logo o governo calcule a quantia perdida por União, estados e municípios. Como mostrou reportagem do GLOBO ontem, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), órgão do MEC responsável pela arrecadação do salário-educação, estima que, de 2000 a 2004, R$3,3 bilhões da rede pública de ensino fundamental tenham ido parar nas contas do Sistema S e de outros órgãos do governo.

¿ Não haverá problema, porque há o reconhecimento de que a dívida existe. Só temos de verificar qual a fórmula mais adequada para esses recursos voltarem aos cofres da União ¿ disse Tarso, informando que já orientou o FNDE a calcular a quantia exata a ser devolvida.

O superintendente do grupo Votorantim, o empresário Antônio Ermírio de Moraes, lamentou ontem o erro no rateio das verbas do salário-educação, que deu origem ao problema:

¿ É um erro lamentável. Não era para acontecer.

Por meio de sua assessoria de Imprensa, o Sebrae informou que hoje se pronunciará sobre o assunto. O salário-educação é uma contribuição de 2,5% sobre a folha de pessoal paga por todas as empresas. Ele é arrecadado tanto pelo FNDE quanto pelo INSS.