Título: Arcebispo de São Paulo exalta ardor missionário
Autor:
Fonte: O Globo, 02/04/2005, Economia, p. 35
Cláudio Hummes compara sofrimento ao de Jesus Cristo e diz que Pontífice deve ser lembrado como santo
Depois de celebrar missa ontem à tarde, na Catedral da Sé, em São Paulo, pela saúde do Papa João Paulo II, o cardeal arcebispo Cláudio Hummes disse que gostaria que o Pontífice fosse lembrado como um homem santo, do diálogo, um grande missionário.
¿ Gostaria que ele fosse lembrado como homem do diálogo com outras igrejas, com a comunidade judaica, com o mundo. Que fosse lembrado como homem santo, que amou profundamente a Humanidade. Mas o que se destaca nele é seu ardor missionário, de ir por todo o mundo, em mais de cem viagens ¿ disse o arcebispo, ora usando verbos no presente, ora no passado.
O arcebispo de São Paulo falou ainda da relação muito próxima que o Papa mantinha com o Brasil, preocupando-se com o povo e com a Igreja no país.
O último encontro com o Papa ocorreu há quatro meses, durante reuniões de cardeais, no Vaticano.
¿ Encontrei-me com ele três vezes, em reuniões diversas das quais participei. Ele sempre recebe os grupos durante ou depois das reuniões ¿ contou dom Cláudio, um dos cardeais brasileiros sempre citados entre os que têm chances de substituir o Papa João Paulo II.
Segundo ele, o Papa sempre foi um amigo, um irmão, um pai e um grande mestre. Sempre foi muito amigo.
Durante a missa, que reuniu mais de mil fiéis, o arcebispo comparou o sofrimento de João Paulo II ao de Jesus.
¿ O Papa está nos dando um testemunho mudo. Ele não quis se esconder, pois quis dizer ao mundo que o sofrimento pode ter o sentido de salvação. O Papa está dando o testemunho de que a vida vence e também está se preparando para um dia ressuscitar ¿ afirmou o cardeal paulista, que participará da eleição do próximo Papa.