Título: ROSSETTO PEDE DINHEIRO PARA REFORMA
Autor:
Fonte: O Globo, 06/04/2005, O País, p. 11

Ministro do Desenvolvimento Agrário consegue apenas promessas

BRASÍLIA. Enquanto o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) se mobiliza para aumentar o número de invasões de terra, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, tenta recuperar os recursos cortados de sua pasta pela área econômica do governo. Ontem, Rossetto se reuniu por quase duas horas com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com a equipe econômica para pedir mais dinheiro para a reforma agrária, mas deixou o Palácio do Planalto só com a promessa de esforço para assegurar as verbas.

Depois da reunião, o ministro condenou ações violentas e ilegais tanto por parte dos trabalhadores rurais como dos fazendeiros:

¿ Não queremos violência, venha de onde vier. Manifestações dentro da legalidade devem ser respeitadas. Todos sabemos a diferença entre manifestações que expressam uma conquista democrática e atos de violência. Não vamos aceitar e não podemos concordar, venham de onde vier. Manifestações que colaboram com a reforma agrária são bem-vindas.

MST faz ¿meses vermelhos¿ contra lentidão da reforma

O ministro disse que sua pasta vai continuar acompanhando a movimentação dos sem-terra. O MST começou uma mobilização de trabalhadores rurais para realizar ¿meses vermelhos¿ em protesto contra a lentidão na reforma agrária.

O orçamento de 2005 do ministério aprovado no Congresso era de R$3,7 bilhões, mas o governo cortou R$2 bilhões. Do orçamento de R$1,7 bilhão restantes, R$480 milhões são destinados à obtenção de terras para a reforma agrária. Desse total, o ministério já gastou R$322 milhões. A estimativa de técnicos da pasta é de que os R$158 milhões restantes acabarão no início do mês que vem. Segundo Rossetto, os recursos disponíveis são suficientes para assentar de 38 mil a 40 mil famílias. A meta do governo é assentar 115 mil famílias este ano.

Também participaram da reunião o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, o vice-presidente José Alencar, o chefe da Casa Civil, José Dirceu, e o secretário-executivo do Ministério do Planejamento, Nelson Machado.