Título: CPI DA TERRA QUEBRA SIGILO DE RAINHA
Autor:
Fonte: O Globo, 07/04/2005, O País, p. 8

UDR também é investigada por parlamentares

BRASÍLIA e CURITIBA. A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Terra aprovou a quebra de sigilo bancário e fiscal de entidades ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), do líder do MST no Pontal do Paranapanema José Rainha Júnior e da União Democrática Ruralista (UDR). O presidente da comissão, senador Álvaro Dias (PSDB-PR), disse que, no caso de Rainha e da Cocamp (Cooperativa de Comercialização e Prestação de Serviços dos Assentados de Reforma Agrária do Pontal), os sigilos já foram quebrados pelo Ministério Público de São Paulo e a CPI terá acesso aos dados.

A comissão quebrou o sigilo bancário e fiscal do Instituto Tecnológico de Capacitação e Pesquisa da Reforma Agrária e de fazendeiros do Pará suspeitos de desviar recursos da Sudam (Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia).

No Paraná, a Polícia Federal identificou outros envolvidos com a milícia armada contratada por fazendeiros de Ponta Grossa para o patrulhamento e a desocupação de propriedades na região dos Campos Gerais, sem ordens judiciais. Anteontem, oito pessoas foram presas, sendo cinco policiais militares. As prisões devem acontecer até o fim da semana.

Notas frias obtidas pela polícia indicam que os pistoleiros teriam recebido entre R$185 e R$740 para proteger fazendas ameaçadas de ocupação por sem-terra. A PF identificou os suspeitos após examinar documentos apreendidos na fazenda do tenente-coronel da PF Waldir Copetti Neves, apontado como comandante da milícia. Uma nota assinada pelo tenente-coronel tem o nome de pistoleiros contratados para prestação de serviços a uma entidade, que a PF supõe ser o Sindicato Rural de Ponta Grossa. O presidente do sindicato, Marcos Degraf, nega ter financiado a quadrilha.