Título: SIMON: RENAN É RESPONSÁVEL POR INDICAÇÃO DE JUCÁ
Autor: Jailton de Carvalho
Fonte: O Globo, 08/04/2005, O País, p. 9

Nomeação não pode ser atribuída à bancada, diz senador

BRASÍLIA. O incômodo com as denúncias contra o ministro da Previdência, Romero Jucá, começa a atingir seus colegas de Senado, que não querem se responsabilizar pela indicação do partido. O senador Pedro Simon (PMDB-RS) fez questão de ressaltar ontem que a nomeação de Jucá não pode ser atribuída à bancada do partido, mas apenas ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

¿ A bancada não foi ouvida. A indicação foi do Renan ¿ afirmou Simon, em entrevista à rádio CBN.

Simon: governo deve dividir responsabilidade com PMDB

Para o senador, o governo deveria dividir essa responsabilidade com o PMDB, uma vez que o Palácio do Planalto aceitou a indicação mesmo tendo conhecimento das denúncias que pesavam contra o ministro Jucá.

¿ A imprensa vinha publicando as denúncias dias antes da nomeação ¿ lembrou Simon.

Embora reconheça a importância do apoio do PMDB para a governabilidade do país, Simon reafirmou sua discordância da forma como o partido estaria ¿sendo cooptado¿ para apoiar Lula.

¿ A participação do partido no governo, na forma como está sendo feita, desqualifica a aliança e merece contestação ¿ acrescentou.

Para PMDB, disputa interna de paulistas atinge Jucá

A cúpula peemedebista evitou comentar diretamente as declarações de Simon e tenta dividir com o líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), a responsabilidade pela nomeação de Jucá. O PMDB, inclusive, está atribuindo os ataques ao ministro da Previdência à disputa interna de petistas paulistas.

O partido acredita que o ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP) só cobrou explicações convincentes de Jucá para atingir Mercadante, que teria dado seu aval à indicação do novo ministro.

Diante do tiroteio sofrido nos últimos dias, Jucá foi orientado pelo PMDB a evitar novas declarações públicas. O partido acha que sua defesa agora só deve ser apresentada ao procurador-geral da República, Cláudio Fonteles, único que está capacitado a julgar se suas explicações são ou não suficientes.