Título: FECHAMENTO ANTECIPADO DE CÂMBIO PARA EXPORTADOR CRESCE US$3 BILHÕES
Autor: Eliana Oliveira e Martha Beck
Fonte: O Globo, 09/04/2005, Economia, p. 28

Números mostram que, apesar do dólar baixo, vendas externas estão firmes

BRASÍLIA. Para muitos considerada aquém do ideal, por estar fortemente apreciada, a taxa de câmbio não está impedindo o crescimento das vendas externas e tampouco inviabilizando os planos futuros dos exportadores. Segundo o Banco do Brasil, maior financiador brasileiro de exportações, no primeiro trimestre houve recorde em operações de Antecipação de Contratos de Câmbio (ACCs) e Antecipação de Cambiais Entregues (ACEs). Foi registrado acréscimo de US$3 bilhões ¿ 28,4% a mais sobre o contratado nos três primeiros meses de 2004.

O ACC é uma antecipação em moeda nacional a que o exportador tem acesso no ato da contratação do câmbio pelo qual receberá pelas vendas, sempre no momento que precede o embarque. Portanto, funciona como um termômetro da movimentação do empresariado para despachar mercadorias ao exterior. Junto com os sucessivos recordes mensais das exportações ¿ que chegou a US$9,251 bilhões em março com dólar a R$2,70 ¿ a contratação de ACCs demonstra que o fôlego exportador está longe de terminar.

Analistas e exportadores concordam que, nesse cenário, também pesou uma boa dose de sorte, com a alta dos preços de commodities importantes na pauta brasileira, a conquista de novos mercados e o aquecimento do comércio mundial. Mas, para o diretor de Comércio Exterior do BB, José Maria Rabelo, há um claro otimismo:

¿ Há uma aposta no futuro. Não devemos esquecer que os exportadores têm que manter seus compromissos, para não serem excluídos do mercado externo, independentemente do câmbio ¿ diz.

Outro sinal positivo são as contratações no âmbito da Seguradora Brasileira de Crédito à Exportação (SBCE). A previsão da empresa é aumento de 20% em 2005, em comparação aos US$4 bilhões de 2004.

Outro instrumento usado pelos exportadores, o Exporta Fácil, também tem previsão de aumento de 29% sobre 2004.