Título: CNI ELEVA PREVISÃO DE CRESCIMENTO ECONÔMICO
Autor: Eliane Oliveira
Fonte: O Globo, 09/04/2005, Economia, p. 28

Entidade espera expansão de 4,8% do PIB em 2005. Consumo segue alto apesar dos juros

BRASÍLIA. O bom desempenho das exportações, o aumento do consumo das famílias e a ampliação dos investimentos levaram a Confederação Nacional da Indústria (CNI) a aumentar, de 4,5% para 4,8%, sua previsão de crescimento da economia brasileira em 2005. As revisões constam do Informe Conjuntural, divulgado trimestralmente pela entidade. Por causa desse otimismo, que se sobrepõe até mesmo aos juros altos, a projeção de expansão do setor industrial também subiu, de 4,5% em dezembro de 2004 para 4,8% este mês.

¿ Podemos dizer que 2005 será o ano dos contrastes. Se, por um lado, as elevadas taxas de juros estariam provocando uma desaceleração da atividade industrial em relação a 2004, por outro o consumo continua bastante forte, graças à expansão do crédito consignado ¿ comentou o coordenador da Unidade de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, lembrando que o consumo interno representa 60% do Produto Interno Bruto (PIB).

Segundo ele, a média de crescimento do consumo das famílias será de 4,5% em 2005, e a taxa de investimentos deverá subir 8,5% frente ao ano passado. No segundo caso, explicou o economista, a alta será resultado da continuidade do processo de recuperação da construção civil e do dinamismo no consumo de máquinas e equipamentos. No início deste ano, ressaltou Castelo Branco, observa-se um nível recorde de utilização da capacidade instalada da indústria para o período.

¿ Do mesmo modo que em 2004, a necessidade premente de ampliação do parque fabril mantém-se na ordem do dia ¿ disse o economista.

Emprego também baterá recorde em 2005, prevê CNI

Outro dado positivo diz respeito ao emprego que, na avaliação da CNI, baterá um novo recorde de crescimento em 2005. A taxa média prevista é de 3,5%.

¿ Como em janeiro deste ano o número de contratações aumentou 7,4% em relação aos doze meses anteriores, se o emprego industrial permanecer estável, ainda assim crescerá a uma taxa recorde desde 1992.

Apesar das previsões, Castelo Branco salientou que, com os juros altos, há um certo freio na indústria e, como conseqüência, o crescimento ocorrerá com um ritmo menos intenso do que em 2004.