Título: JARAGUÁ É O QUARTO MAIOR EXPORTADOR PELO CORREIO NO PAÍS
Autor: Valderez Caetano
Fonte: O Globo, 10/04/2005, Economia, p. 27

JARAGUÁ (GO). Ex- padeiro e ex-faxineiro, Joaquim José de Araújo já produziu peças piratas. Hoje, o prédio de dois andares de sua confecção exibe na entrada uma placa indicando a Confecções David Pacini, nome escolhido para etiquetar as cinco mil camisas que produz por mês e conquistar ainda mais mercado internacional.

¿ As camisas David Pacini ainda serão conhecidas mundo afora ¿ diz Araújo.

Com R$10 mil, ele criou a empresa no início dos anos 90 e hoje fatura até R$130 mil mensais brutos. Como ocorre em mais de 90% das firmas em Jaraguá, ele começou o negócio com um irmão, outros parentes e amigos. Hoje, a fábrica se ramificou em outras oito, de áreas de pintura de tecido, corte e acabamento.

¿ Sou formal, formalíssimo. Graças a Deus eu existo ¿ afirma Araújo, que participará este mês da primeira feira de confecções de Jaraguá, com apoio do Programa Nacional de APLs e do Sebrae.

Outro empresário do setor é João Antônio de Oliveira. Sua marca Detonar é famosa no Centro-Oeste e Nordeste e, assim como os demais pequenos empresários, exporta para países da Europa e dos Estados Unidos através do serviço dos Correios denominado Exporta fácil. Jaraguá é o quarto maior exportador brasileiro por esse sistema.

O serigrafista Emerson Carlos da Silva guarda em seus arquivos recortes de jornais que denunciavam crimes de pirataria nas confecções de Jaraguá, inclusive as estampas de sua fábrica. Hoje, com computador e modernas técnicas de criação e design, ele já produz 15 estampas por mês. Mas só agora está a caminho da formalização. Num mercado onde a falta de especialização de pessoas é um dos gargalos, é considerado pioneiro: já foi professor universitário em seu ramo. Mas falta dar o próximo passo:

¿ Deixa-se de ganhar muitos benefícios quando não se formaliza.

O prefeito Lineu Olímpio de Souza elegeu-se prometendo levar a outras fronteiras a produção de Jaraguá. Ele tem confecção e diz que é preciso qualificar o pessoal e modernizar as empresas para ganhar mercados. (Valderez Caetano)

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