Título: RENAN NEGA QUE SEJA ÚNICO PADRINHO DE JUCÁ
Autor: Adriana Vasconcelos
Fonte: O Globo, 12/04/2005, O País, p. 10

Presidente do Senado divide responsabilidade pela escolha com o PMDB e afirma que não tem `compromisso com erros¿

BRASÍLIA. As denúncias de corrupção contra o ministro da Previdência, Romero Jucá, já preocupam o governo e o seu partido, o PMDB. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), seu principal padrinho político, afirma que não é o único responsável pela indicação de Jucá. Apesar de ressaltar que não há ainda provas consistentes contra o ministro, Renan disse ontem que não tem compromissos com possíveis erros cometidos por ele.

¿ Não tenho compromisso com erros, mas enquanto não houver nada mais consistente contra o ministro manterei meu respaldo ao seu nome. Não me arrependo da indicação ¿ disse Renan, durante uma conversa ontem à tarde com os líderes do PMDB, Ney Suassuna (PB), e do governo, Aloizio Mercadante (PT-SP).

Os três se reuniram informalmente para analisar a situação de Jucá. Concluíram que a situação ainda está sob controle, porque não foram apresentadas denúncias que não fossem de conhecimento prévio do governo. O problema é controlar a pressão política.

Renan disse que o ministro foi uma indicação do partido e não apenas dele. Irritado por estar sendo responsabilizado sozinho pela nomeação de Jucá, Renan deverá pedir o testemunho de colegas para demonstrar que a indicação do ministro foi feita de forma conjunta pelo PMDB. O senador Pedro Simon (PMDB-RS) já disse em público que Jucá foi uma escolha de Renan e não da bancada.

Mercadante confirmou que estava presente na reunião da cúpula do PMDB com o presidente Lula quando o nome de Jucá foi apresentado, e disse que todos os presentes deram seu aval à indicação.

O procurador-geral da República, Claudio Fonteles, deverá decidir nos próximos dias se pede ao Supremo Tribunal Federal (STF) abertura de inquérito para investigar suspeitas de irregularidades na campanha eleitoral de Jucá em 2002. A investigação foi solicitada pelo procurador-geral de Justiça de Roraima, Edson da Silveira, com base numa representação do Ministério Público local contra a prefeita de Boa Vista, Teresa Jucá, mulher do ministro. Os advogados de Jucá adiaram para o dia 18 a entrega da defesa na acusação de irregularidades em empréstimo tomado por empresa de Jucá ao Basa (Banco da Amazônia).

COLABOROU: Jailton de Carvalho