Título: ESTATÍSTICA CONFIRMA NECESSIDADE
Autor:
Fonte: O Globo, 11/04/2005, Rio, p. 8
Municípios têm carência em saúde, educação e infra-estrutura
Dados do Anuário Estatístico do Estado do Rio de Janeiro de 2004 mostram que a Baixada Fluminense de fato precisa do plano de ações anunciado pelo ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu. A presença federal na educação, por exemplo, é praticamente inexistente na Baixada em comparação com o município do Rio. Enquanto a cidade tem 24 unidades federais de ensino, com 2.108 professores em sala de aula, somente dois municípios da Baixada contam com escolas federais: Nilópolis tem uma, com 79 professores, e Seropédica tem outra, com 47. A taxa de analfabetismo na Baixada é de 7,3%, quase o dobro do Rio, que tem 4,2% de analfabetos.
Quando analisados os dados de repetência, nota-se que o problema é mais grave na Baixada. No Rio, em 2003, 7,93% dos alunos matriculados nos ensinos Médio e Fundamental repetiram de ano, enquanto esse número foi de 13,6% em Duque de Caxias; 21,39% em Japeri; 20,19% em Magé e 15,43% em Queimados.
Mais da metade dos domicílios não tem rede de esgoto
Na saúde, as desvantagens da Baixada também aparecem. Dos 189 hospitais credenciados pelo SUS, na Região Metropolitana, 102 ficam no município do Rio e os outros 87 espalhados por 11 municípios da Baixada e mais Itaboraí, Niterói, São Gonçalo e Tanguá. Desses hospitais, o Rio tem seis federais, enquanto nenhum outro município da região tem qualquer unidade de saúde administrada pela União.
Uma radiografia que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) fez dos municípios brasileiros, com base em dados de 1998, revelou que a Baixada é uma região carente de infra-estrutura e com grandes desigualdades internas.
Nilópolis, por exemplo, tem a maior parte de seu território urbanizado e sem favelas, mas Nova Iguaçu e Duque de Caxias estão cercados de loteamentos irregulares e apenas 35% de suas ruas são pavimentadas.
A água tratada e encanada não chega a mais de 30% dos domicílios da região, enquanto 55,3% das residências não estão conectadas à rede de esgoto.
Vinte por cento dos moradores da Baixada, segundo dados do Censo 2000, vivem em situação de risco social: de cada dez pessoas, duas têm rendimentos mensais abaixo de meio salário mínimo.