Título: BANCADA DO PMDB DEFENDE MINISTRO
Autor: Jailton de Carvalho
Fonte: O Globo, 13/04/2005, O País, p. 5

Manifesto de solidariedade a Jucá foi assinado por 22 dos 23 senadores

BRASÍLIA. A bancada do PMDB no Senado saiu ontem em defesa do ministro da Previdência, Romero Jucá, alvo de denúncias desde que tomou posse no cargo no mês passado. Da bancada de 23 senadores, 22 assinaram um manifesto em solidariedade a Jucá. Apenas Pedro Simon (RS) ficou de fora.

Na semana passada, Simon recusou-se a dividir a responsabilidade pela indicação de Jucá para o cargo, alegando que a bancada não fora consultada. Os senadores Gerson Camata (ES) e Amir Lando (RO) demoraram a assinar o manifesto, mas acabaram fazendo isso no início da noite. Camata disse que precisaria conhecer melhor as denúncias, e Lando, que foi substituído por Jucá na Previdência, não estava em Brasília.

O líder do PMDB, senador Ney Suassuna (PB), leu o manifesto da tribuna. No texto, os senadores peemedebistas alegam que se sentem ¿no dever de refutar as acusações divulgadas contra o ministro Romero Jucá, por serem denúncias vazias¿.

¿ Antes de acusar sem provas, devemos aguardar a decisão da Procuradoria-Geral da União ¿ disse Suassuna.

Bancada do PMDB divide responsabilidade com Renan

O manifesto do PMDB ressalta a ¿capacidade, inteligência, responsabilidade e trabalho¿ de Jucá em todas as funções que exerceu no Senado. A bancada assume a indicação do seu nome para o cargo, salientando que o ministro da Previdência ¿representa no governo federal um dos espaços¿ do partido, o que justificaria a solidariedade do grupo neste momento.

Com a nota da bancada, o PMDB divide a responsabilidade sobre a indicação de Jucá para ministro, até aqui atribuída ao presidente do Senado, Renan Calheiros (AL). Renan foi o primeiro a assinar o texto e ontem voltou a defender o ministro, mas transferindo ao próprio Jucá a tarefa de explicar as denúncias. Renan disse que o governo estava consciente da existência dessas denúncias quando nomeou o ministro.

¿ Ninguém pode responder por Jucá. Só ele, o que aliás tem acontecido com freqüência e de maneira convincente. São denúncias antigas, do plano local, transplantadas para o plano nacional, sem nenhum fato novo ¿ afirmou Renan. ¿ Quando ele (Jucá) foi nomeado, todos fizeram as mesmas perguntas que estão sendo feitas agora, inclusive o governo. O governo sabe disso desde o início.

O ex-governador do Rio Anthony Garotinho, da ala oposicionista do PMDB, foi outro que preferiu não se envolver. Ele não atacou o ministro, mas também não quis se comprometer:

¿ Não participei dessa escolha. Não me aprofundei sobre essas denúncias ¿ afirmou.